Elaborado por: Professor João da Silva Raimundo Culo
Janeiro/2013
10ª Classe
TEMA I – A CIÊNCIA HISTÓRICA
1.1
CONCEITO E OBJECTO
DE ESTUDO
Como ciência, a História nasce nos primórdios do século
XIX, tornando assim uma ciência independente, possuindo métodos de
investigação, métodos de análise e síntese, objecto de estudo, etc.
A palavra história tem como origem a cidade da Grécia
Antiga, que em grego historiei, significa
investigar.
Entre os vários historiadores da antiga Grécia, vamos
destacar Heródoto Halicarnasso (485 a.C. – 396 a. C) conhecido como o Pai
da História, e posteriormente Tucídides
(460 a.C – 700 a. C).
Várias são as definições existentes sobre a História como
ciência, não existe uma definição exacta.
Conceitos de História:
·
A História: é
a narração científica e cronológica dos acontecimentos ou dos factos ocorridos
no passado, num determinado espaço geográfico e num dado momento, em que os
homens foram actores dominantes para o desenvolvimento ou retrocesso da
humanidade.
·
A História: é a ciência que estuda o homem na sua evolução ao
longo dos tempos e num espaço.
·
Segundo Marco Túlio Cícero, a «História é
o testemunho dos tempos, a luz da verdade, a mestra da vida, a mensagem dos
dias que não voltarão».
1.1.1 OBJECTO
DE ESTUDO DA HISTÓRIA
Toda e qualquer ciência possuí um objecto de estudo, a
História não foge a regra, também possui objecto de estudo:
·
Em primeiro lugar vamos
encontrar o Homem como sendo a autor principal dos factos
históricos;
·
O Tempo uns dos
elementos primordial na ciência histórica;
·
O Espaço o lugar ou
o local onde os factos ou os acontecimentos históricos se realizam;
·
A Sociedade, grupo
de indivíduos organizados que vivem sobre base de normas, leis, etc., num
determinado espaço geográfico.
Estes vão constituir o objecto de estudo da História,
mais não nos esqueçamos que o Homem é o objecto primordial da História.
1.2 - A FUNÇÃO SOCIAL DA
HISTÓRIA
A história
cumpre uma função na formação do cidadão. Seu estudo ilumina as estruturas que
impulsionaram o desenvolvimento dos povos e informa sobre as ideias que esses
povos têm sobre seu desenvolvimento histórico. Permite, portanto, registrar a
variedade de artefactos que imaginaram para armazenar, reter e difundir a
memória do passado. A função social da História é de informar e formar o Homem
para que possa evitar erros do passado viver de forma adequada o presente e
projectar uma sociedade sã [1].
1.2.1 – AS CORRENTES DA HISTÓRIA
Antes de
mencionarmos as correntes da História, vamos em primeiro lugar enumerar as
fases da evolução histórica:
1.
Fase Pré- Científica – inclui toda a história grega, romana, cristã-medieval e a história do
renascimento.
2.
Fase de Transição – é um periodo de passagem entre a fase Pré – científica e a fase Científica.
3.
Fase científica – é o período da História Moderna em pleno século XX, inclui toda a
história da corrente positivista, o Historicismo e da História Nova.
Não devemos
esquecer do Renascimento que foi um movimento pertencente a fase
Pré-científica.
1.2.2
– O renascimento
É um grande movimento de renovação das letras, das
ciências e das artes a que se deu o nome de renascimento e que tinha como
principal inspiração o antigo mundo greco-romano. Este movimento teve início em
Itália por diversas razões, entre as quais porque Itália era constituída por
vários estados independentes como Florença, Roma, Génova e Veneza que tinham um
grande progresso económico por causa das relações com o Oriente e o Norte da
Europa e também porque os dirigentes destes estados (papas, príncipes e burgueses)
eram mecenas (ou seja, protegiam as pessoas ligadas ás artes e ás letras) e
outro motivo é que Itália tinha muitos monumentos e obras literárias das
antigas civilizações que serviam de inspiração aos artistas. O movimento
renascentista espalhou-se por toda a Europa. Alguns dos renascentistas que mais
se destacaram foram Maquiavel e Petrarca
(em Itália) Erasmo de Roterdão (na Holanda), Shakespeare (em
Inglaterra) e Camões (em Portugal). Durante a Idade Média (séc. V a XV) Deus
era o principal objecto de reflexão do homem mas, a partir do século XV (com o
renascimento), passou a debruçar-se mais sobre si próprio. O homem
renascentista preocupava-se em desenvolver o corpo e o espírito e tinha grande
interesse em saber um pouco de tudo (conhecimento enciclopédico). Esta nova
corrente de pensamento chamava-se humanismo e um dos humanistas que mais se
destacou foi Leonardo da Vinci que foi artista, engenheiro e cientista. Já na
Antiguidade clássica, os escritores romanos e gregos refletirão sobre os problemas
do homem.
As correntes da História
As principais
correntes da História são:
1. Positivismo:
2. Marxismo
1.3.
METODOLOGIA DA ANÁLISE HISTÓRICA
Para se falar da Metodologia da Análise Histórica, em primeiro lugar
teremos que definir as principais terminologias: Metodologia e Análise.
Metodologia: é o conjunto de métodos que viabilizam um determinado
trabalho;
Análise: Separação ou desagregação das diversas partes
constituintes de um todo; decomposição. (Vide Dicionários Aurélio).
Metodologia
da Análise Histórica: é a ciência que
estuda conjunto de métodos que analisam as diversas partes do conhecimento
histórico. (Vide Culo).
Pode-se assim afirmar que, não se pode classificar as fontes históricas sem
que, exista a Metodologia da Análise Histórica, visto que, entre elas existe
uma relação.
Falar da Metodologia da Análise Historia leva-nos a abordar sobre as fontes
históricas, já conhecidas por muitos:
Fontes
Históricas: são todos os vestígios
que testemunham a presença dos antigos homens me variados sítios, épocas. Estas
fontes classificam-se:
1.
Fontes materiais – são todos os artefactos e construções da antiguidade
deixadas pelos nossos antepassados.
Exemplo: utensilio doméstico,
armas, esculturas, barcos moedas, etc.
2.
Fontes escritas: são todos os documentos escritos deixados pelos nossos
ancestrais em diferentes locais e épocas.
Exemplo: cartas, contratos,
livros, leis, listas de impostos, etc.
3.
Fontes orais: são narrativas transmitida oralmente de geração em
geração, fazendo parte do modo de vida da comunidade.
Exemplo: as pessoas mais antigas das comunidades e que conhecem a historia
da mesma (os Reis, Sobas, anciões, etc.).
Obs.: a tradição oral é mais usual em África e em
localidades onde tomaram contacto com a escrita muito mais tarde, por isso é
considerada a tradição oral como uma fonte muito importante para o continente
africano, visto que ela é transmitida de geração em geração.
A CRÍTICA HISTÓRICA
É considerado como crítica histórica o método histórico que distingui o
documento verdadeiro do documento falso, é o método que verifica o que pode
existir de falso num documento verdadeiro ou vice-versa.
A História faz-se com documentos e não só. Para o historiador distinguir o
verdadeiro do falso deve seguir três passos importantes:
1. Procurar e classificar as fontes;
2. Verificá-las;
3. Compreendê-las.
A SÍNTESE HISTÓRICA
Pode-se definir a síntese Histórica como sendo o resumo do conteúdo
histórico após o processo de análise. Assim pode-se dizer que, sem a análise
não pode haver a síntese.
Os documentos e testemunhas, são os elementos fundamentais para dar corpo
ao conhecimento histórico, mais estes devem ser submetidos a uma análise e
posteriormente ao resumo ou síntese.
1.4
– A PERIODIZAÇÃO, SEUS CRÍTERIOS E PROBLEMAS
A História é uma ciência que tem como elementos fundamentais: o tempo e o
espaço, para de poder enquadrar os factos históricos.
Periodização: é a maneira de ordenar de forma cronológica os
acontecimentos históricos, isto é, desde a antiguidade até a actualidade. (Vide
Culo).
A periodização histórica desempenha
uma grande importância no estudo dos períodos históricos da humanidade. Também
permite compreender a sistematização do estudo do passado da humanidade.
A História Tradicional divide-se nos seguintes períodos cronológicos
Um dos grandes problemas que a periodização histórica
apresenta é o eurocentrismo e a regionalização na História Universal.
PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA DE ANGOLA
A periodização da História de Angola goza de um período
conturbado, complexo e de difícil compreensão.
Exemplo: a data de 1482 possui um grande significado
histórico para o Congo e não para o resto do território angolano. O mesmo pode
se dizer da data de 1575 que tem um grande significado para Luanda igualmente
sem muito interesse para o resto do território de Angola.
A História de Angola deve-se em 8 períodos como descreve
Bengui Pedro; 2008, História 10ª Classe:
1- As civilizações
pré-Históricas (desde os primeiros
habitantes de Angola – os Pigmeus e os Khoisan e termina com a migração Bantu.
2- Período dos reinos
do território que é hoje Angola (antes
e depois da chegada dos europeus, terminando convencionalmente em 1482.
3- O chamado período
do mercantilismo colonial (tem início com a
chegada de Diogo Cão na foz do rio zaire em 1482 e termina em 1885.
4- O capitalismo
comercial (vai de 1885-1910);
5- Quinto período (1910-1926);
6- Angola no período
entre 1926-1961 (implementação da 2ª
República e termina com o desenvolvimento do nacionalismo africano)
7- Início da luta da
luta armada até à Independência Nacional (1961-1975);
8- Período
pós-independência (desde 1975 até aos dias
actuais).
Obs.: Estes dois últimos períodos são mais recentes que
possuem maior número de bibliografias, por isso são os períodos mais conhecidos
da História Angolana.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que esta unidade leva-nos a entender o
grande significado que tem a ciência Histórica, suas origens, objecto de
estudo, as fontes históricas assim como a grande função social que a História
exerce na sociedade, bem como nos dá a entender a grande importância que a
periodização tem na organização dos acontecimentos de uma forma cronológica.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FREITAS, Gustavo; História, s/d.
MATERIAL de História da 11ª Classe; Ex. IMNE, 2005
PERDRO, Bengui; História 10ª Classe, 2008
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