TEMA I – A CIÊNCIA HISTÓRICA
1.1
CONCEITO E OBJECTO
DE ESTUDO
Como ciência, a História nasce nos primórdios do século
XIX, tornando assim uma ciência independente, possuindo métodos de
investigação, métodos de análise e síntese, objecto de estudo, etc.
A palavra história tem como origem a cidade da Grécia
Antiga, que em grego historiei, significa
investigar.
Entre os vários historiadores da antiga Grécia, vamos
destacar Heródoto Halicarnasso (485 a.C. – 396 a. C) conhecido como o Pai
da História, e posteriormente Tucídides
(460 a.C – 700 a. C).
Várias são as definições existentes sobre a História como
ciência, não existe uma definição exacta.
Conceitos de História:
·
A História: é
a narração científica e cronológica dos acontecimentos ou dos factos ocorridos
no passado, num determinado espaço geográfico e num dado momento, em que os
homens foram actores dominantes para o desenvolvimento ou retrocesso da
humanidade.
·
A História: é a ciência que estuda o homem na sua evolução ao
longo dos tempos e num espaço.
·
Segundo Marco Túlio Cícero, a «História é
o testemunho dos tempos, a luz da verdade, a mestra da vida, a mensagem dos
dias que não voltarão».
1.1.1 OBJECTO
DE ESTUDO DA HISTÓRIA
Toda e qualquer ciência possuí um objecto de estudo, a
História não foge a regra, também possui objecto de estudo:
·
Em primeiro lugar vamos
encontrar o Homem como sendo a autor principal dos factos
históricos;
·
O Tempo uns dos
elementos primordial na ciência histórica;
·
O Espaço o lugar ou
o local onde os factos ou os acontecimentos históricos se realizam;
·
A Sociedade, grupo
de indivíduos organizados que vivem sobre base de normas, leis, etc., num
determinado espaço geográfico.
Estes vão constituir o objecto de estudo da História,
mais não nos esqueçamos que o Homem é o objecto primordial da História.
1.2 - A FUNÇÃO SOCIAL
DA HISTÓRIA
A história
cumpre uma função na formação do cidadão. Seu estudo ilumina as estruturas que
impulsionaram o desenvolvimento dos povos e informa sobre as ideias que esses
povos têm sobre seu desenvolvimento histórico. Permite, portanto, registrar a
variedade de artefactos que imaginaram para armazenar, reter e difundir a
memória do passado. A função social da História é de informar e formar o Homem
para que possa evitar erros do passado viver de forma adequada o presente e
projectar uma sociedade sã [1].
1.2.1 – AS CORRENTES DA HISTÓRIA
Antes de
mencionarmos as correntes da História, vamos em primeiro lugar enumerar as
fases da evolução histórica:
1.
Fase Pré- Científica – inclui toda a história grega, romana, cristã-medieval e a história do
renascimento.
2.
Fase de Transição – é um periodo de passagem entre a fase Pré – científica e a fase Científica.
3.
Fase científica – é o periodo da História Moderna em pleno século XX, inclui toda a
história da corrente positivista, o Historicismo e da História Nova.
Não devemos
esquecer do Renascimento que foi um movimento pertencente a fase
Pré-científica.
1.2.2
– O renascimento
É um grande movimento de renovação das letras, das
ciências e das artes a que se deu o nome de renascimento e que tinha como
principal inspiração o antigo mundo greco-romano. Este movimento teve início em
Itália por diversas razões, entre as quais porque Itália era constituída por
vários estados independentes como Florença, Roma, Génova e Veneza que tinham um
grande progresso económico por causa das relações com o Oriente e o Norte da
Europa e também porque os dirigentes destes estados (papas, príncipes e
burgueses) eram mecenas (ou seja, protegiam as pessoas ligadas ás artes e ás
letras) e outro motivo é que Itália tinha muitos monumentos e obras literárias
das antigas civilizações que serviam de inspiração aos artistas. O movimento
renascentista espalhou-se por toda a Europa. Alguns dos renascentistas que mais
se destacaram foram Maquiavel e Petrarca
(em Itália) Erasmo de Roterdão (na Holanda), Shakespeare (em
Inglaterra) e Camões (em Portugal). Durante a Idade Média (séc. V a XV) Deus
era o principal objecto de reflexão do homem mas, a partir do século XV (com o
renascimento), passou a debruçar-se mais sobre si próprio. O homem
renascentista preocupava-se em desenvolver o corpo e o espírito e tinha grande
interesse em saber um pouco de tudo (conhecimento enciclopédico). Esta nova
corrente de pensamento chamava-se humanismo e um dos humanistas que mais se
destacou foi Leonardo da Vinci que foi artista, engenheiro e cientista. Já na Antiguidade
clássica, os escritores romanos e gregos refletirão sobre os problemas do
homem.
As correntes da História
As principais
correntes da História são:
1. Positivismo:
2. Marxismo
1.3.
METODOLOGIA DA ANÁLISE HISTÓRICA
Para se falar da Metodologia da Análise Histórica, em primeiro lugar
teremos que definir as principais terminologias: Metodologia e Análise.
Metodologia: é o conjunto de métodos que viabilizam um determindo
trabalho;
Análise: Separação ou desagregação das diversas partes
constituintes de um todo; decomposição. (Vide Dicionários Aurélio).
Metodologia
da Análise Histórica: é o conjunto de
métodos que analisam as diversas partes do conhecimento histórico. (Vide
Culo).
Pode-se assim afirmar que, não se pode classificar as fontes históricas sem
que, exista a Metodologia da Análise Histórica, visto que, entre elas existe
uma relação.
Falar da Metodologia da Análise Historia leva-nos a abordar sobre as fontes
históricas, já conhecidas por muitos:
Fontes Históricas: são todos os vestígios que testemunham a presença dos
antigos homens me variados sítios, épocas. Estas fontes classificam-se:
1.
Fontes materiais – são todos os artefactos e construções da antiguidade
deixadas pelos nossos antepassados.
Exemplo: utensilio doméstico,
armas, esculturas, barcos moedas, etc.
2.
Fontes escritas: são todos os documentos escritos deixados pelos nossos
ancestrais em diferentes locais e épocas.
Exemplo: cartas, contratos,
livros, leis, listas de impostos, etc.
3.
Fontes orais: são narrativas transmitida oralmente de geração em
geração, fazendo parte do modo de vida da comunidade.
Exemplo: as pessoas mais antigas das comunidades e que conhecem a historia
da mesma (os Reis, Sobas, anciões, etc.).
Obs.: a tradição oral é mais usual em África e em
localidades onde tomaram contacto com a escrita muito mais tarde, por isso é
considerada a tradição oral como uma fonte muito importante para o continente
africano, visto que ela é transmitida de geração em geração.
A CRÍTICA HISTÓRICA
É considerado como crítica histórica o método histórico que distingui o
documento verdadeiro do documento falso, é o método que verifica o que pode
existir de falso num documento verdadeiro ou vice-versa.
A História faz-se com documentos e não só. Para o historiador distinguir o
verdadeiro do falso deve seguir três passos importantes:
1. Procurar e classificar as fontes;
2. Verificá-las;
3. Compreendê-las.
A SÍNTESE HISTÓRICA
Pode-se definir a síntese Histórica como sendo o resumo do conteúdo
histórico após o processo de análise. Assim pode-se dizer que, sem a análise
não pode haver a síntese.
Os documentos e testemunhas, são os elementos fundamentais para dar corpo
ao conhecimento histórico, mais estes devem ser submetidos a uma análise e
posteriormente ao resumo ou síntese.
1.4
– A PERIODIZAÇÃO, SEUS CRÍTERIOS E PROBLEMAS
A História é uma ciência que tem como elementos fundamentais: o tempo e o
espaço, para de poder enquadrar os factos históricos.
Periodização: é a maneira de ordenar de forma cronológica os
acontecimentos históricos, isto é, desde a antiguidade até a actualidade. (Vide
Culo).
A periodização histórica
desempenha uma grande importância no estudo dos períodos históricos da
humanidade. Também permite compreender a sistematização do estudo do passado da
humanidade.
A História Tradicional divide-se nos seguintes períodos
cronológicos:
Um dos grandes problemas que a periodização histórica apresenta
é o eurocentrismo e a regionalização na História Universal.
PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA DE ANGOLA
A periodização da História de Angola goza de um período
conturbado, complexo e de difícil compreensão.
Exemplo: a data de 1482 possui um grande significado
histórico para o Congo e não para o resto do território angolano. O mesmo pode
se dizer da data de 1575 que tem um grande significado para Luanda igualmente
sem muito interesse para o resto do território de Angola.
A História de Angola deve-se em 8 períodos como descreve
Bengui Pedro; 2008, História 10ª Classe:
1- As civilizações
pré-Históricas (desde os primeiros
habitantes de Angola – os Pigmeus e os Khoisan e termina com a migração Bantu.
2- Período dos reinos
do território que é hoje Angola (antes
e depois da chegada dos europeus, terminando convencionalmente em 1482.
3- O chamado período
do mercantilismo colonial (tem início com a
chegada de Diogo Cão na foz do rio zaire em 1482 e termina em 1885.
4- O capitalismo
comercial (vai de 1885-1910);
5- Quinto período (1910-1926);
6- Angola no período
entre 1926-1961 (implementação da 2ª
República e termina com o desenvolvimento do nacionalismo africano)
7- Início da luta da
luta armada até à Independência Nacional (1961-1975);
8- Periodo
pós-Independencia (desde 1975 até aos dias
actuais).
Obs.: Estes dois últimos períodos são mais recentes que
possuem maior número de bibliografias, por isso são os períodos mais conhecidos
da História Angolana.
UNIDADE
# II – ANGOLA – TERRITÓRIO E AS POPULAÇÕES MAIS ANTIGAS
2.1
VESTIGIOS ARQUEOLÓGICO DO PALEOLÍTICO, MESOLÍTICO E DO NEOLÍTICO
Todo
esse vasto e longo processo histórico começa desde a Pré-história,
literalmente quer dizer antes da História que só pode ser feita com fontes
escritas, materiais e oral. Com desenvolvimento da Arqueologia e outras
ciências que buscam a reconstituição do passado por meio dos fósseis e objectos
encontrados em escavações, com isso começou-se a utilizar também as fontes
ágrafas (não escrita).
Os
arqueólogos ingleses dividem a arqueologia da africa sub-equatorial em três
grandes estádios: Paleolítico, Mesolítico e Neolítico.
De uma
forma resumida vamos abordar sobre cada um deles:
2.2 PALEOLÍTICO
O
primeiro e mais longo periodo do desenvolvimento humano, que se estendeu até
perto de 10,000 a. C, chama-se Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada.
Do
grego podemos definir o Paleolítico da seguinte forma: Paleos = antigo + Litos = Pedra,
por isso chama-se periodo da pedra antiga ou também pedra lascada.
Além da
pedra também utilizavam a madeira, vegetais, pele de animais, ossos e o marfim,
como matéria-prima para confecionar os instrumentos de trabalho. Vários foram
os instrumentos feitos nesta época: seixos, lanças, bifaces, raspadores, machados, pontas de seta, arpões, anzóis e
agulhas.
Neste
período o Homem vivia totalmente dependente da natureza, vivia da colheita de
frutos silvestres, escavavam o solo, para arrancarem raízes, apanhavam insectos
e pequenos animais, em outras palavras podemos dizer que viviam da recolecção.
Neste
periodo houve uma das maiores descobertas deste período: o fogo assim como o seu
domínio o que vai permitir-lhe cozer os seus alimentos, iluminar as cavernas,
afugentar os animais ferozes, aquecer-se do frio.
Estes
também praticavam a pesca, primeiramente eram feitas nos lagos, posteriormente
nos rios e depois no mar.
Os
povos deste período deslocavam-se de um lado ao outro procurando melhores
condições de recolha e de pesca, recebendo assim o nome de Nómadas.
FASES DO PALEOLÍTICO
Este
período é dividido em três fases: o baixo
Paleolítico, paleolítico médio e Paleolítico Superior.
Os
instrumentos de trabalho foram evoluindo ao longo dos tempos desenvolvendo as
técnicas de trabalho.
Os
homens do Paleolítico deixaram alguns
vestígios em Angola, concretamente nas seguintes províncias: Kwangar e no
deserto do Namibe.
2.3 MESOLÍTICO
Pode se
definir o Mesolítico como sendo o período intermediário entre o Paleolítico e o
Neolítico ou período de passagem. É o período mais curto, por se tratar de um
periodo de passagem.
Este é
um periodo que menos produziu, por isso poucos são os acontecimentos que se
registraram nesta época. Cerca de 10 milénio a. C, neste período a História
registrou uma vasta e profunda modificação no clima, alteração na fauna e na
flora. Algumas espécies de animais acabaram por desaparecer, tal igual as
plantas, e algumas outas espécies se desenvolveram neste no ambiente.
As
regiões que haviam sido ocupadas por gelos dão origem a novas zonas
vegetativas.
Assim
como aconteceu com os animais também encontram-se a distribuído a raça humana:
os negróides na região florestal e de savana da África Ocidental.
Os
Khoisan vão encontrar-se na África Austral e Oriental, onde deixaram paredes
pintadas. Os instrumentos de trabalho produzidos pela indústria microlítica
eram o arco e a flecha tornando-se como principal instrumento de trabalho.
Também
vamos encontrar os vestígios desse povo em alguns lugares do vasto território
de África: Deserto do Namibe e Namíbia.
Neste
periodo o Homem ainda vivia totalmente dependentes da natureza ou podemos dizer
que ainda eram nómadas.
2.4 O NEOLÍTICO
Podemos
definir este período como sendo a fase da “Nova Pedra”, também conhecido como “Revolução Neolítica”. Neste período vamos assistir uma
evolução da humanidade, tanto na sua organização social assim como na evolução
dos seus instrumentos de trabalho.
Nesta
fase o Homem deixa de ser nómada e
passaram a ser sedentário, deixando
de depender totalmente da natureza e começando a praticar a criação de animais
e a agricultura. Neste período surgem os primeiros aldeamentos e
consecutivamente as novas necessidades de produção que originaram a nova
organização social.
Neste
periodo destaca-se a Agricultura
e a Domesticação de Animais,
sem nos esquecermos da fundição do
ferro.
Graças
a agricultura e a criação de animais levou o Homem a deixar o nomadismo e
passou ao sedentarismo, tendo um lugar fixo para poder habitar e se
desenvolver, o que originou os aldeamentos e a organização social.
A
agricultura era realizada nos vales dos rios que recebeu o nome de “crescente
fértil”. Ex: regiões localizadas no rio Nilo (Egipto), e os rios Tigre
e Eufrates (Mesopotâmia).
A
descoberta dos metais neste periodo revolucionou os instrumentos de trabalho, a
invenção da roda para as carroças vai aumentar assim a produção agrícola e a
economia de produção. As aldeias tornam-se maior e com divisão de trabalho.
PROGRESSOS TECNICOS DO NEOLÍTICO
·
O machado;
·
A enxada;
·
A faca;
·
O martelo;
·
O arado;
·
A roda
·
O triturador;
·
A utilização de lã –
fibra de linho.
2.2 AS COMUNIDADES
HUMANAS DO TERRITORIO: KHOISAN E OUTROS
Muito antes das migrações Bantu no actual território que
constitui hoje Angola, já existiam alguns povos que constituíam o fundo
primitivo de Angola que eram os Pigmeus e os Khoisan. Nós
faremos mais referência aos Khoisan, um grupo que hoje se encontra em extinção.
Os Khoisan –
um grupo reduzido, que encontram – se espalhados na parte sul de Angola,
respectivamente na província da Huíla
e do Cunene. Como já fizemos referência
os Khoisan é resto de uma raça de habitou o território que é hoje Angola, muito
antes da chegada dos Bantu. Este grupo engloba os Hotentotes e os Kunji
(Kamussekele, Mukakhala ou Bosquímanos), este último nome é um pejorativo que
eles rejeitavam, pois que tinha como significado " Homem da Selva ou do Bosque". Estes possuíam uma língua
totalmente deferente dos povos Bantu, mais língua pertencente aos Khoisan.
Quanto aos Khoisan é curioso o caso de que durante todo esse tempo eles nunca
chegaram a formar reinos nem estados.
Eram povos que viviam totalmente dependentes da natureza,
alimentando – se de frutos silvestres, raízes e eram caçadores. Quanto a sua
fisionomia eram de pequena estatura, pele de cor acastanhada ou amarela. Estes
foram considerados como excelentes caçados, e trocavam a carne por outros produtos.
Para a caça utilizavam pequenos arcos e flechas
envenenadas. Além de Angola vamos encontrar estes povos na vizinha República da
Namíbia, África do Sul e Botswana.
2.3 O PROCESSO DE
SEDENTARIZAÇÃO. A ECONOMIA AGRÍCOLA
Durante muito tempo o Homem passou por um longo processo
em que vivia totalmente dependente da natureza, eram nómada andando de um lado
para outro procurando melhores condições naturais.
Com a descoberta da agricultura o trabalho da terra,
exigiu que o Homem se fixar-se num determinado lugar que possuíam condições
para a pratica da agricultura e da pastorícia, em muitos dos casos estes
lugares situavam – se ao longo dos rios, terminando assim com o nomadismo do Paleolítico e
começando a sedentarização.
Neste período começam a surgir as comunidades agrícolas e
pastores nas zonas férteis das planícies, dando origem as aldeias.
Com o crescimento da produção originou o crescimento da
densidade populacional e consequentemente a multiplicação das aldeias.
É muito difícil estabelecer datas exactas das migrações
Bantu devido a falta de documentos por um lado, por outro lado pelo processo
longo que teve as deslocações pois que nunca tinham um carácter de estadia
definitiva.
Um dos factores principais que acelerou as rápidas
migrações foi a descoberta e utilização dos metais durante os 500 anos da nossa
era. Com a descoberta desses metais esses povos tornam-se superior em relação
aos outros povos, pois que estes possuíam armas mais eficazes e instrumentos de
trabalho mais avançados em relação a outros povos.
Desenvolveu-se a agricultura, a caça e o crescimento
populacional. Mesmo com esse desenvolvimento a produção era pouca para toda a
comunidade, razão essa que levou ao surgimento de vários conflito no ceio dos
Bantu, este também foi um dos motivos para o desmembramento dos Bantu na
procura de novas terras férteis pouco habitadas.
Com o domínio da agricultura e da metalurgia os
deferentes povos Bantu que habitavam possivelmente na região do Níger e no Lago
Tchad. Estes povos deslocaram – se em duas direcções: Leste e Sul de África, passando
grandes lagos a baixo do planalto Luba e a bacia do rio Zaire.
Durante este processo migratório fixavam – se
periodicamente em vários sítios onde já eram habitados por povos caçadores e
recolectores, povos esses que viram-se obrigados a abandonarem as suas terras
porque não se encontravam e altura para enfrentar aos Bantu e estes recuaram
até a parte sul de África.
Distribuição territorial dos povos de Angola
Os Bantu, possuem uma dezena de variantes, com centenas
de subgrupos, a sua distribuição abrange a totalidade do nosso território.
Basicamente os Bantu em Angola dividem-se em seguintes
grupos:
1.
Os Bakongo
Ocupam a maior parte do norte de Angola, limitados pelo
mar e pelo rio Kwanza especificamente Cabinda, Zaire e Uíge.
Organização Sócio-económica, política e cultural
Povos agricultores, praticam a escultura concretamente no
fabrico de máscaras coloridas, dentre eles existia subgrupos que eram muito
bons no fabrico da arte sacra e mestres na manufacturas mabula[4], esses povo é conotado
como sendo propensos ao misticismos[5], bons para o lado
comercial[6]. São povos que as terras
encontram-se protegidas pelo espírito dos seus antepassados, Mfumu a Ntota[7].
2.
Os Kimbundu
Ocupam também uma grande extensão do território nacional,
limitados pelo mar e pelo rio Kwanza, localizando-se na parte mais a Leste do
Norte de Angola para o Sul médio do Kwanza concretamente nas províncias de
Luanda, Bengo, Kwanza Norte, Malange, e partes de Kwanza Sul.
Organização Sócio-económica, política e cultural
De uma maneira geral são bons agricultores de
subsistência, são bons no domínio dos instrumentos musicais como é o caso do Xilofones[8],
instrumentos construídos de cabaças. Estes também dominam o artesanato, no ramo
da escultura, em algumas regiões existia povos que eram bons arquitectos de
obras fúnebres, como campas feitas de pedras.
Na região costeira como é o caso da Ilha de Luanda o povo
dedica-se a actividade pesqueira ligado a crenças religiosas a Kyanda.[9] Por tanto também formam
bons guerreiros prova disso são os vários Estados que chegaram a constituir.
3.
Os Lunda Tchokwé
Igualmente
vão ocupar um grande e vasto território deste país, estes povos englobam as
seguintes províncias Lunda Norte e Sul, Moxico e partes do Kuando-Kubango.
Organização Sócio-económica, política e cultural
Descendentes de
caçadores, são povo com uma inclinação para a escultura, bons empreendedores na
construção de habitações. Estes tinham um modo de educar um pouco diferente em
relação aos outros povos, os rapazes eram educados na Mukanda e as meninas eram
educadas na Cikumbi. Este tipo de educação ajudava na transmissão dos
valores culturais de geração a geração, caso característico em África. Povo
este que conserva acultura na linhagem matrilinear. Este povo também leva jeito
para o lado comercial. Actualmente estão a desenvolver a agricultura e a
exploração dos recursos minerais como é o caso do Diamante. Têm como actividade
principal a pesca artesanal e a caça.
4.
Os Ovimbundu
um dos povos com a língua mais faladas em Angola, estes
estendem-se pelas seguintes províncias: Huambo, Bié e parte Norte da
Huíla.
Organização Sócio-económica, política e cultural
Estes povos são bons caçadores em savanas, criador de
gado, agricultores com a técnica da charrua puxada pelos bois. Com inclinação
na construção de fornos para a fundição cobre, principalmente em Benguela.
Artisticamente eram bons, pois que possuíam escolas de
escultura animalista e de múltiplas máscaras utilizadas na iniciação masculina
– evamba ou circuncisão. Os Ovimbundu foram também bons construtores de fortes
embalas ou muralhas defensivas.
5.
Os Nganguela
Estes encontram-se divididos em dois territórios: na
fronteira da bacia do Zambeze até ao Kubangu, mais a maior parte encontram-se no
Kuando Kubango.
Organização Sócio-económica, política e cultural
Descendentes de caçadores, hoje dedicam-se a agricultura
no período chuvoso assim como a pecuária como base económica. Também praticam a
extracção do mel, pesca fluvial como sustento a sua economia.
Este povo domina a metalurgia com a fundição do ferro,
bons na cerâmica negra. Socialmente também possuem os seus ritos de iniciação
para os homens, sem este rito o Homem não possui o estatuto de Homem.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que esta unidade leva-nos a entender o
grande significado que tem a ciência Histórica, suas origens, objecto de
estudo, as fontes históricas assim como a grande função social que a História
exerce na sociedade, bem como nos dá a entender a grande importância que a
periodização tem na organização dos acontecimentos de uma forma cronológica.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FREITAS, Gustavo; História, s/d.
MATERIAL de História da 11ª Classe; Ex. IMNE, 2005
PERDRO, Bengui; História 10ª Classe, 2008
Após O Estudo Destas Unidades Responda As Seguintes
Questões
1. Sobre as fontes históricas responda:
a) O que entendes por fontes Históricas?
b) Como é que se classificam as fontes históricas?
c) Qual é a diferença entre as fontes históricas com a
crítica histórica?
2. Qual é a função social da História?
3. Como se clássica a periodização de Angola?
4. Como se classificam o vestígios arqueológicos de Angola?
5. Defina o Paleolítico e o Neolítico.
6. Mencione os primeiros povos que habitaram Angola.
7. O que são migrações e quais são as suas causas
a) Qual foi o principal motivo da rápida expansão do povo
Bantu em África?
8. Porque se diz que Angola é um mosaico territorial?
Mencione os seus grupos étnicos.
essa é uma materia bem desenvolvida e ajuda a todo estudante que quer vencer na vida
ResponderEliminargostei da Matéria esta bem resumida
ResponderEliminarMuitoh gratoh.... Ajudou-me bastanteh
ResponderEliminarMuitoh gratoh.... Ajudou-me bastanteh
ResponderEliminargostei deste material de apoio e muito excelente ajudou me muito
ResponderEliminarGostei me ajudou bastante para me preparar para a prova. Continuem
ResponderEliminarMuito bem, obrigado por facilitar a vida de muitos alunos.
ResponderEliminarEu de facto sinto-me bastante feliz & satisfeito por estarem a pensar no fácil desenvolvimento das pessoas, facilitando assim a vida dos estudantes da nossa comunidade. É de facto uma matéria bem resumida que dá muito bem intende-la.
ResponderEliminarGostei. Façais mas vezes
muito grato ajudou-me bastante
ResponderEliminarEstou muito agradecida
ResponderEliminarIntroduza o seu comentário...Essa matéria está bem detalhada. o que facilita rapidamente qualquer estudante compreender rapidamente.
ResponderEliminarMas eu ainda tenho uma dúvida. Quero saber detalhadamente o porquê Angola é chamado de moisaco territorial.
Porquê que se diz que Angola é um mosaico territorial
ResponderEliminarGostei do conteúdo e gostava que me enviassem este material pelo meu e-mail celinosawongo8@gmail.com
ResponderEliminarMuito obrigada, ajudou-me bastante.
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