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domingo, 11 de julho de 2010

RESISTÊNCIA NO KWANZA SUL




INTRODUÇÃO


As resistências dos povos angolanos face a ocupação portuguesa foram motivadas pelas ambições económicas políticas dos portugueses assim como concretizarão o princípio de ocupação efectiva saída na conferência de Berlim que anulava os legados históricos de Portugal. Essa conquista não foi fácil para os portugueses, embora munidos de canhões, armas de repetição e outros meios modernos outros meios bélico mas modernos da época. Assim como o uso da intriga entre povos, traição e o uso da cristandade, em relação aos autóctones que ainda usavam arcabuzes, mosquetes outras armas rudimentares para travar investidas estrangeiras. Neste trabalho abordaremos o processo de resistências protagonizada pelos povos de Angola em especial os de sele e Amboim face as guerras de pacificação assim como os factores que estiveram na base da derrota desses povos.



LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA PROVÍNCIA DO KWANZA-SUL


Esta é uma das 18 províncias que constituem o imenso território chamado Angola, localizada na parte Centro com maior parte a Norte, com os seguintes limites:


A Sul as províncias de Benguela e Huambo.


A Norte, as províncias Kwanza Norte e Bengo.


A Este a província do Bié.


A Oeste o Oceano Atlântico.


RESISTÊNCIA DO KWANZA SUL


Desde cedo, o Kwanza Sul, anteriormente «Novo Redondo», foi teatro de várias incursões militares, que vai até os finais do século XIX, neste período não se podia falar de uma ocupação efectiva do território. No ano de 1870, era uma grande aventura afastar-se muito além da margem, ou para além dos horizontes do por do sol, na eminência do desaparecimento, ou mesmo perdiam a cabeça pelos autóctones da região. Em 1870 os portugueses começaram com as novas tentativas esporádicas de penetração com o objectivo de castigar e submeter os autóctones, e estas campanhas levantaram rebeliões de carácter regional, este mostravam a insatisfação, a constante vontade de empurrar os portugueses de volta as sua terra.


Um ano mais tarde (1871) os libertos refugiaram – se na Ilha de Sanga situado no rio Keve, que dista á 50 km de Novo Redondo, onde vivia uma "Singular República" até 1893.República estes que estavam sobre a tutela do Soba Nhaty, este serviços eram feitos pelos antigos descendentes das crueldades que eram feitas, pelos portugueses. Foram feitas fortes expedições portuguesa para o domínio da Ilha.


1888, foram realizadas as primeiras incursões portuguesa ás montanhas de Amboim.


1893, realiza -se o inicio da intervenção directa no Libolo.


Os povos do Bailundo e Sele desciam muitas vezes chegando a ocupar as regiões de Kikongo e Xingo, que dista á 5 km de Nova Redondo.



RESISTENCIA NO LIBOLO


Localização geográfica


Libolo e um dos doze Municípios e situa-se mais ao norte da Província, com os seguintes limites:


A Norte pelas províncias de Kwanza Norte e Malange.


A Sul pelo Município de Kibala (Kwanza Sul).


A Este pelo Município de Mussende (Kwanza Sul).


A Oeste pela província do Bengo.


Inicio da Ocupação do Libolo


Libolo era uma terra fértil, populações dita pacífica e numerosa, clima saudável, uma altitude (800-1000). Tudo isto, se reunia para atrair o negócio que ali prosperava longe das autoridades portuguesa.


Como no resto do território, também aqui, a presença portuguesa apenas se fazia sentir através de comerciantes arrojados, que sem falarem do poder colonial representavam-no, tacitamente.


Depois de 1870, tentativas exploratórias se repetiram com vista à submeter os nativos desta região, mas, dês tão poucas vezes conseguidas, mereceu sempre campanhas militares, tais eram as dificuldades no terreno e a violenta oposição dos autóctones.


O ano de 1893, è marcado pelo inicio da intervenção portuguesa na região do Libolo. Até então, a soberania portuguesa nunca passou da faixa litoral devido a resistência apresentada pelas populações autóctones do interior e ainda assim, permanentemente ameaçada, pelos povos do Bailundo e do Libolo. Esta guerra de ocupação, para os autóctones è traduzida em guerra de resistência aos seus territórios.


No entanto, já era de reconhecer-se a presença europeia (portuguesa) nestas paragens nomeadamente na povoação de Calulo, antes daquela data, representada por sete comerciantes e a fundação de uma missão Católica sob a autorização do Soba. Mas essa presença não representou a soberania portuguesa.


No Libolo as hostilidades entre os nativos e os Portugueses estalaram – se em 1895. No ano de 1895 – 1898 verificaram – se 8 insurreições reprimidas, este número não alargou – se porque as relações entre os brancos e o Libolo nunca foram saudáveis.


Com o acto de insatisfação da população, que reflectia – se no saque das casas comerciais e os centros religioso da população de Calulo. Isto leva com que Álvaro António da Costa Ferreira, Governador-geral de Luanda, responde com o envio de um Homens do exército, ao comando do coronel Lourenço Justino Padrel. Exército este que estava constituído com 5 Oficiais, 260 Caçadores, 40 Soldados de segunda linha e duas metralhadoras como um dos matérias mais forte que eles carregavam. O exército Português vai aparecer de uma forma repartida em duas alas ou em dois Grupos.


Aos 25 de Outubro de 1895, este exército marchava do Dondo, quatro dias depois do mesmo ano (29 de Outubro de 1895) Banza do Soba Golungo é atacado, um dia depois a 30 de Outubro de 1895 o Soba Phouloque também é atacado e consequentemente o local tido como inexpugnável (indestrutível) que distava a 1000 metros, onde havia se refugiado o Soba Golungo mais 1200 homens.


O factor número e o terreno dificultoso, não impediu o avanço das tropas portuguesa, que abalaram a região e teve como resultado dezenas de mortos e feridos e muitos outros foram presos, cultivos destruídos.


Depois de tudo isto houve um momento de estabilidade nesta região, mais de pouca duração, pois que os nativos não desistiam das resistências, foi assim que, no ano de 1896, os portugueses foram atacados pelos nativos que eram chefiados pelo Soba Quissala, então surge a necessidade de uma coluna do exército deslocar – se como meio de reforço ou socorro aos atacados que eram chefiados pelo Capitão – mor do Bailundo. Dai em diante as guerras já não paravam, os ataques eram frequentes no Libolo, isto leva ao Libolo a deslocação do Coronel Dias da Silva, em Agosto de 1917 , com um elenco composto por 39 oficiais, 50 sargentos e 275 europeus que formavam uma Companhia expedicionária. Durante os confrontos entre os portugueses e os nativos do Libolo, houve uma baixa de 55 mortos, que nos leva a concluir, o Libolo terá perdido a guerra.


É no mandato de António Duarte Ramada Curto, como Governador de Angola, 1897 – 1900, que leva – se acabo à construção de um Forte na região do Calulo, operação que era chefiada por Albano Augusto Pais Brandão, no cargo de Tenente no Exército, congratulado com a vitória no Libolo os resistentes.


Não havia uma resistência concreta, pois que o poder colonial nesta região, tinha como principais representantes do governo Português delegados que eram sucedidos no Calulo, que eram eleitos pelos comerciantes arruinados.


Paz Brandão, vai vencer os chefes que estavam divididos e desprovidos de qualquer capacidade militar.


RESISTÊNCIA NO SELE


Esta região localiza-se na província do Kwanza Sul, nos seguintes limites:


O município de Caconda ao Norte.


O município do Sumbe e Cassongue ao Sul.


O município de Cela ao Este


O município do Porto Amboim a Oeste.


Feitas as suas limitações, já estamos situados, assim podemos então debruçarmos da resistência nesta região devido as atrocidades a que estes povos estavam a passar contra os portugueses.


A primeira revolta deu – se em Janeiro no ano de 1902, concretamente na Fazenda de Quicongo, lugar este que havia um mestiço detentor de várias casas de comércio. Devido ao poder económico que este possuía nesta região, então era autor de vários crimes efectuo a população da localidade, de uma forma repetitiva. Como o homem por natureza não é passivo, então a população sente – se cansada pelos maus tratos a que estavam expostos e organizam-se salteando os haveres comerciais que este homem (mestiço), possuía, até chegarem ao ponto de mata-lo e organizarem uma grande festa com a carne do outro hora "senhor comerciante malfeitor" como forma de satisfazer a sua vingança.


Como para cada acção há sempre uma reacção, é assim que os portugueses que se encontravam no Novo Redondo, vão responder a este abuso considerado por eles com o envio de forças militar composta por30 soldados que eram comandados por Alferes Marcelino Rezende Costa. O destaque foi em Thoa, com um saldo negativo por parte dos portugueses de 3 mortos, e alguns feitos reféns e mais tarde resgatados pelos chamados Capitão do Mato as ordens dos portugueses.


Esta repreensão não foi o suficiente para travar a fúria dos colonizadores, foi assim que escrevera muitos africanistas que as revoltas do Sele foram mal feitas, com isto vai houver uma contaminação ao Reino Ovimbundo e Ngalangue, com a morte de um branco e posteriormente o seu consumo no período que vai de Fevereiro a Março de 1902, onde os colonos não tiveram uma resposta contra este acontecimento, isto da origem a sublevação de outros reinos.


Como forma estratégica dos portugueses em conter as revoltas constantes dos indígenas e desencorajar o seu espírito revolucionário, este edificam um Forte no Sele.


Mais o sonho dos indígenas de manterem os portugueses longe das suas terras não parava de crescer a cada dia que se passava, prova disto é que um morador Branco de Novo Redondo é morto a tiro pelos populares de Sele, no na de 1950, por motivos de maldade que estavam a sofrer por meio dos Europeus residentes na localidade do Sele. No ano de 1952 alguns indígenas do Sele, criam a uma aliança temporária com sobas Ovimbundos, Quissange e de Tchiaca. Estes juntos lançam-se contra os Hanha. A 9 de Abril de 1957 há um ataque dirigido pelo soba Mbadua de Sele, contra os portugueses, pois que este era um grande inimigo dos portugueses.


O Governador-geral, Coelho de Amaral, este manda erguer uma fortaleza, a custa dos moradores, com uma guarnição de 4 homens cada uma munido de uma artilharia pesada, como forma de se precaver dos constantes ataques que eram levados acabo pelos indígenas da região do Sele.


CONCLUSÃO


Concluímos que os territórios de seles e Amboim não foram dados de bandeja aos portugueses, porque esses povos (autóctones) queriam preservar os seus direitos e liberdades económica, cultural, politica, social, religiosa, sua soberania territorial e pela sua identidade. As causas da sua derrota são subjectivas (fraca unidade entre os povos, fraco poder económico má preparação do exercito e o uso de armas rudimentares) e objectiva ( maior poder económico, melhor organização, melhor preparação do exercito e o uso de armas mas modernas, a pesar desses factores os povos resistiram economicamente, politicamente e culturalmente onde se destaca a parte cultural a que mas resistiu impulsionando a luta politica que terminou com a independência de Angola.


REFERENCIA BIBLIOGRAFIA


Pélissir René, Historia das campanhas de Angola resistência e Revoltas (1845-1914) Vol. I e II


Texto provisório de História de Angola II, da Colonização à Actualidade. 3º Ano


Trabalho em grupos de Seminário de História de Angola II


Trabalho de Fim do Curso – Colonização Portuguesa no Kwanza Sul (CUPATA, jacobe, 2006)


Elaborado por: JONY CULO


ANTROPOLOGIA CULTURAL

Foto: Jony Culo

1- INTRODUÇÃO

2- HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA

3- TIPOS DE ANTROPOLOGIAS

4- PRINCIPAIS ACEPÇÕES DO TERMO «CULTURA»

5- AS PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DA CULTURA

6- FACTORES DA CULTURA

7- PRICIPAIS CORRENTES ANTROPOLOGICAS

8- AS PRINCIPAIS ESCOLAS ANTROPOLOGICAS

9- RAÇA E ETNIA

10- CULTURA E CIVILIZAÇÃO

11- BIBLIOGRAFIA

A Antropologia, sendo a ciência da humanidade e da cultura, tem um campo de investigação extremamente vasto: abrange, no espaço, toda a terra habitada; no tempo, pelo menos dois milhões de anos, e todas as populações socialmente organizadas. Divide-se em duas grandes áreas de estudo, com objectivos definidos e interesses teóricos próprios: a Antropologia Física (ou Biológica) e a Antropologia Cultural, que se centram no desejo do homem de conhecer a sua origem, a capacidade que ele tem de conhecer-se, nos costumes e no instinto.


A Antropologia Cultural de princípio foi uma ciência colonial pois que servia de estudo das sociedades exóticas, fazendo estudos em alguns casos das sociedades, povos na qual estes podiam entrar em contacto, pois faziam os estudos dos hábitos, costumes e estes estudos eram feito pelos primeiros Antropólogos, tudo isto servia de reconhecimento no terreno, e houve alguns destes antropólogos tiveram sucesso nos seus estudos.


A Antropologia preocupa-se em detalhar, tanto quanto possível, os seres humanos que as compõem e com elas se relacionam, seja nos seus aspectos físicos, na sua relação com a natureza, seja na sua especificidade cultural. Para o saber antropológico o conceito de cultura abarca diversas dimensões: universo psíquico, os mitos, os costumes e rituais, suas histórias peculiares, a linguagem, valores, crenças, leis, relações de parentesco, entre outros tópicos.


Com a dinâmica da própria sociedade, a antropologia começa a tomar outro rumo, tudo isto a quando das independências dos Países africanos, pois que estes (Europeus), deixam a sua civilização, com isto desaparece o estudo por aquela que era conhecida como sociedades exóticas, pois que estas já vestiam, falavam e tinham muitos outros costumes dos europeus.


A Antropologia decai, pois que perde o seu objecto de estudo, que antes era o estudo das sociedades exóticas na qual estas já haviam sido estudadas, então esta muda a sua maneira de estudo e passa a interessar-se pelas cidades, sociedades urbanas.


Surge a Sociologia como a ciência que estuda a sociedade, a reclamar que a Antropologia esta a esta a usurpar o seu terreno de estudo, foi dai que os antropólogos tomaram outras medidas de actuarem, com métodos e não só.


Estes (Antropólogos) dizem que enquanto a Sociologia fazia um estudo Quantitativo ela fazia um estudo Qualitativo, a Sociologia baseava-se em inquéritos que é falível, em quanto que a Antropologia baseava-se na Observação Participativa, que consistia na convivência directa com os povos em estudo, partilhando os mesmos hábitos, costumes… e esta tem menos possibilidades de falhar, e esta actuação no terreno, exige duas formas de observação:


a) Visão Etic: esta consiste numa observação a longa distância, da forma endireita e também conhecida como Antropologia de Gabinete, pois esta em muitos casos não condiz com a realidade no terreno.


Esta é substituída por uma outra que é a Visão Emic.


b) Visão Emic: esta visão é o oposto da primeira, pois que é aquela que consiste numa observação direita, numa convivência com o povo em estudo para a obtenção de informações mais profundas, sobre este povo.


Na sua obra «ETHNICS GROUPS AND BOUNDAIES», em 1969 Frederic Barth, este retratava como é que os povos estavam separados uns dos outros, no que se refere as fronteiras.


Em 1979 Abner Cohen, fazia menção de que a fronteira que Barth se referia baseava-se numa fronteira de consciência, pois que cada um é que determina o seu grupo Étnico a que ele pertence.


HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA


Antropologia Cultural: é a Ciência que estuda os processos e as acções dos seres humanos; comportamento social, costumes, cultura, rituais, parentesco, vida quotidiana, cultura material e tecnológica.


É de referir e mostrar que as culturas estão sempre em movimento, mesmo aquelas que parecem estabilizadas e inertes, também estão em permanente movimento, vibram, palpitam e têm vida. Nelas, pode-se ver toda uma população que nasce, cresce e morre. Em cada membro e em todos eles, estão presentes os valores culturais embora nuns predomine o ódio e noutros amor: a felicidade é cultuada e traída.


Os alimentos, a arte e o artesanato são produzidos e modificados; a linguagem, apesar da sua estabilidade também passa por modificações subtis. É preciso não esquecer que a cultura é um modo colectivo de provar a sobrevivência de todos e de cada membro da população.



Esta é tão antiga como a existência do próprio Homem, e compreende quatro épocas:


1) Período de Formação (1835)


2) Período de Convergência (XIX)


3) Período de Construção (XIX)


4) Período de Crítica (até aos nossos dias)



1) Período de Formação (1835): este período da História da Antropologia começa com a própria cultura da humanidade, pois que na qual o Homem não é um ser passivo, este possui muitas necessidades, pois que cada uma destas necessidades é uma forma de comportamento cultural (dança, vestuário, tatuagem, sexualidade), pois que o homem fazia a reflexão de si e do universo que o rodeava. Todas as manifestações culturais do homem ao longo dos tempos serviram de subsídio para a formação da própria Antropologia, manifestações estas que eram: gravuras, cultura, desenhos, ferramentas, forma de organização, formas de vida. Neste período eram uma Antropologia Espontânea.



2) Período de Convergência (XIX):








3) Período de Construção (XIX):


Este período é continuação da segunda. Os fenómenos assumem apenas uma intensidade mais afectiva. O que distingue este período do anterior é o aparecimento da obra clássica sobre a evolução biológica, a Evolução das Espécies de Charles Darwin, com a teoria evolucionista. Também surge o livro Cultura Primitiva de Edward Tylor.


Com o tempo o estudo de campo do Evolucionismo cai para uma actividade arqueológica.


4) Período Crítico: este período teve início em 1900 e se arrastou até hoje é, sem dúvida o período mais fecundo da Antropologia. As regras gerais do início da Antropologia foram criticadas. Novas abordagens foram propostas, pois que nota-se também um progresso no desenvolvimento das ciências paralelas. Pois que a Antropologia passa a ser uma disciplina obrigatória nas universidades. Em 1908 na universidade de Liverpool é introduzida a primeira catedral de Antropologia Social na Grã-Bretanha.


Com o desaparecimento dos povos primitivos surge a preocupação por parte de alguns estudiosos em se empenhar numa tarefa aparentemente menos importante de colheita e registo de dados sem uma maior preocupação teórica. Este trabalho passa a ser conhecido como Etnografia – que é a descrição dos costumes dos povos.


Em suma o que se pode dizer desse período, e portanto do momento actual dos estudos antropológicos, é que ele se apresenta em completa ebulição. Muitas frentes de estudo se abrem e a critica é ainda um símbolo dominante e muito ainda se pode esperar nos países do Terceiro Mundo, um campo na sua maior parte a ser estudado, servindo como uma forma de reflexão sobre as suas próprias culturas, esperando uma ocasião oportuna do renascer dos estudos de Aculturação.



Tipos De Antropologias


Antropologia Teológica


Antropologia Cultural


Antropologia Política


Antropologia Urbana


Antropologia do património


Antropologia parentesco


Antropologia Económica


ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA


Esta faz a exposição sistemática do que sabemos sobre o homem, graças a revelação subnatural. Apoiada na palavra infalível da verdade subsistente a Antropologia Teológica pretende ser a única a dar respostas definitivas e total a pergunta «que é o Homem?». Não no sentido de que elimina as respostas das demais Antropologias, mais antes porque, entregando-as e elevando-as, só ela lhes confere a definitiva consciência.


A elaboração reflexiva e sistemática de uma Antropologia Teológica só nos últimos tempos se começou a tentar. O que não quer dizer que não existia ainda, de modo algum uma Antropologia Teológica, mais os seus vários ensinamentos hão de buscar dispersos nos diversos tratados Teológicos, especialmente no da criação, encarnação, graça Escatologia (parte da Teologia que trata o fim último do Homem e o que hão de acontecer no mundo)


ANTROPOLOGIA CULTURAL


Esta Antropologia aplica-se no estudo das diversas culturas, pois esta vai aplicar-se a quatro objectivos: descritiva, comparativa, interpretativo e eficiente.


Descritiva ou etnográfica: tem por objectivo o conhecimento de um grupo humano, do seu género de vida, organização familiar, social, civil, religiosa, ou sua tecnologia, sistema económico, etc., numa palavra da sua cultura. Esta interpretação trata de aprofundar ainda mais o conhecimento de um povo, penetrando até a sua estrutura mais íntima é como se fosse a alma cultural. A sua meta é conhecer as normais ideias de conduta de um grupo humano, as motivações decisivas do seu viver e actuar, as relações básicas para a existência e suas características e sem as quais deixariam de existir. Não há dúvidas de que para chegar a estes conhecimentos é necessário não só estar documentado mais também ter assimilado uma cultura na consciência quotidiana durante anos.


ANTROPOLOGIA POLÍTICA


Esta Antropologia assumisse por vezes como uma forma de «tomar o pulso» ao campo da Antropologia no seu conjunto do que como objecto de estudo específico. Deste modo ocupa um lugar á parte, tendo em conta que a variabilidade das formas de organização política serviu de critério tipológico para identificar as formações sociais. Neste domínio, as reflexões e análises produzidas viram-se durante muito tempo obcecadas pelo desejo de explicar a géneses do Estado, mais as grandes tipologias evolucionistas de Henry Summer Maine (1861), Lewis Henry Morgan (1877), Karl Marx (1859), Friedrich Engels (1884), V. Gordon Childe (1936) e Leslie A. White (1959) que retratam a evolução das formas de organização social, desde as géneses primitiva do Estado, passando pelas tribos e pelos clãs e não resistiram as críticas. Em diversas sociedades - pense-se designadamente nas realezas sagradas e nos cultos dos antepassados, tornando – se impossível abordar o domínio político sem resolver o factor religioso.


PRINCIPAIS ACEPÇÕES DO TERMO «CULTURA»


CULTURA OBJECTIVA E CULTURA SUBJECTIVA


A cultura é considerada subjectiva quando nos referimos a todo conjunto de valores, conhecimentos, crenças, aptidões, qualidades, em poucas palavras, de experiencias presentes em cada indivíduo.


A cultura é objectiva quando estamos a nos referir a todo conjunto definido por Tylor como cultura, quando exteriorizado, no que refere aos hábitos, costumes, aptidões, ideias, comportamento, artesanatos, etc., em suma todo o conjunto de obras humanas de todos os tempos e de toda a face da terra.


Os padrões individuais de comportamento são fornecidos pela cultura subjectiva. Na prática o comportamento Humano vai ser a relação entre a cultura subjectiva (aquela que é interiorizada pelo indivíduo) e a cultura objectiva aquela que cria as condições particulares.



CULTURA MATERIAL E CULTURA NÃO MATERIAL


É conhecida por Cultura material, a soma de artefactos (bens manufacturado e inovações de toda sorte) que resultam da utilização de uma tecnologia, isto é, habilidades de manipular e de construir.


A Cultura não material (acções, hábitos, aptidões, crenças, conhecimento, etc.,.)


A CULTURA REAL E CULTURA NÃO REAL


Muitos são apologistas de que a cultura real é a ideal. A cultura não é nada mais do que aquilo que as pessoas fazem na vida quotidiana e social.


A Cultura ideal é o conjunto de comportamento que as pessoas dizem e acreditam que veriam a ter.


Advertência ao uso da palavra cultura:


O sentido de cultura, nesse caso, é simplesmente o de que uma pessoa culta é aquela que é bem instruída e educada com boas maneiras. É neste sentido que podemos dizer que alguém tem uma cultura superior ou uma boa cultura. Já na concepção técnica do termo, já mais a Antropologia poderá dizer que uma cultura é superior a outra. O que se pode dizer é que determinadas culturas dispõem de uma tecnologia ou determinada instituição sofisticada é desenvolvida. Isto em virtude de cada cultura ser o melhor, o máximo legado deixado pelas gerações anteriores. O antropólogo não deve escandalizar -se com as culturas de qualquer povo.


AS PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DA CULTURA


a) A cultura é simbólica


b) A cultura é social


c) A cultura é dinâmica e estável


d) A cultura é selectiva


e) A cultura é universal e regional


f) A cultura é determinante e determinada


DINAMISMO CULTURAL


Ainda que paradoxo seja, a cultura é ao mesmo tempo dinâmica (mutável) e estável. É estável quando lhe destacamos a tradição e institucionalização de padrões de comportamentos. E as mudanças que ela sofre, caberiam naquilo a que chamamos de “evolução cultural”. Essas mudanças pequenas ou grandes, lentas, bruscas e por vezes violentas (revoluções e cataclismos), sucedem dialecticamente. Importa dizer entretanto que a mudança cultural ocorre em razão das novas necessidades, acontecimentos de tudo e de todos embora haja semelhanças nos efeitos inéditos.


Destacando o carácter selectivo da cultura, significa que ela tem um carácter contínuo e é tido como um processo que implica reformulações, acentuando - se na sucessão de gerações acompanhado de transmissão dos padrões de comportamento.


Alguns valores são relegados ao esquecimento e outros novos são integrados. Neste processo parece existir uma selecção de padrões que não é necessariamente desejável e consciente acreditamos que a maioria dos valores são consagrados de forma inconsciente.


A cultura como fenómeno geral tem um carácter universal e como fenómeno particular tem um carácter regional. As chamadas Culturas regionais são de mais fácil percepção do que a cultura universal, e as realidades regionais nos dão acesso directo cujos padrões de cultura formam-se de acordo com situações próprias e necessidades particulares.


Todas as culturas regionais fundem-se num ponto de contacto e aspectos comuns denominados universais da cultura.


Por sua natureza, a cultura tende a ser conservadora e de não fácil abertura a novos padrões e opera determinado comportamento humano; ela é responsável pela padronização comportamental do homem que é, num grau maior ou menor, sempre normado ou padronizado.


Mas por tão pesado que seja o poder determinista da cultura (base inconsciente), não há dúvidas de que os indivíduos e as gerações podem determinar, modificar e marcar a cultura à força do movimento de adaptação que cada geração deve processar (lado consciente). É por aí que se entende livre de exagera a assertiva de que a cultura que não muda ao longo do tempo e, consequentemente não se adapta às novas situações tende a definhar a morte.


Se por um lado, o homem cria cultura, esta, por sua vez, é criadora do homem, é condicionador da vida do homem em sociedade. Ao nascer o ser humano assemelha-se, em seu comportamento, as dos irracionais: não conhece freios para os seus ímpetos, ignora de todo em todo o comportamento social de sua sociedade. Por longo tirocínio de aprendizagem, no convívio com os membros mais velhos aprende, penosamente, a dominar seus impulsos, a ordenar seus desejos, actualizar suas potencialidades.


Na medida em que incorpora as normas de sua sociedade, a criança se endocultura, ou, como querem outros, se encultura. Quer dizer que assimila, incorpora, absorve a maneira de pensar, agir, sentir, própria da cultura em que nasceu. É um lento ajustamento à vida social, regida por costumes legados pela tradição. Por outra, o ajustamento é fruto da internalização dos princípios que regem determinada sociedade. Internalizando tais princípios e a eles se ajusta na vida prática, plasma-se a imagem do homem requerido por esta ou aquela cultura.


Segundo Bernardi, são três os principais aspectos sob os quais se agrupam as manifestações dinâmicas da cultura: (1) a Enculturação também chamada endoculturação, (2) a internalização ou socialização, em cuja o âmbito se verificam o fenómeno da iniciação, em particular, e os ritos de passagem, em geral; (3) a Aculturação, que integra diversos fenómenos e instituições particulares como: a actividade missionária, a colonização, os movimentos de libertação e de revoluções religiosas; e a desculturação que significa a subtracção ou destruição do património cultural.


Sobre tais aspectos se pode definir como:


A Enculturação é o processo educativo pelo qual os membros de uma cultura se tornam conscientes e comparticipantes da própria cultura, ou seja, o processo através do qual os membros de uma determinada cultura assimilam seus próprios valores, seus códigos, seus hábitos e sua compreensão do mundo. É pela Enculturação que se informa e se forma a visão mental do homem e se orienta o seu comportamento, este processo tem início com o nascimento da criança e se estende até a sua morte. A criança ao nascer tem o seu comportamento totalmente biológico mas logo, ela passa a receber o impacto da cultura e é levado a assimilar comportamentos padronizados que observa a sua volta.


A endoculturação ou Enculturação é um processo de aceitação e repulsa mais consciente. Segundo Herskovits “ a endoculturação do individuo nos primeiros anos de vida é o mecanismo dominante para a formação de sua estabilidade cultural, ao passo que o processo tal como se opera em gente mais madura é muito importante na produção da mudança”[1]. É muito importante para tornar o indivíduo como membro ajustado à sociedade.


A Enculturação pode ser formal e informal. É formal quando se dá continuamente ao longo de toda a vida e que de facto, não há momento algum em que cada um de nós não amadureça com autonomia ou não receba, conscientemente ou não, quaisquer valores ou modo de vida pelos quais se torna membro duma determinada cultura, num preciso momento de tempo e de lugar. Na Enculturação informal, é mais determinante no período infantil, onde predomina aspectos de imitação. Esta cultura tem carácter colectivo, normativo e obrigatório.


A Aculturação é um processo no qual duas culturas, geralmente uma delas sendo doadora da outra, receptora, num contacto bastante prolongado ou permanente, sofrem influxo recíproco e por outras palavras, a aculturação consiste na adaptação de uma cultura à outra, num ou vários traços.


Nota-se, que, enquanto a aculturação diz respeito à dinâmica interna de uma cultura particular em relação aos seus membros, a cultura refere-se às relações existentes entre as demais culturas e aos efeitos que derivam do seu contacto. Realmente as relações culturais ocasionam uma multiplicidade de fenómenos, tais como:


Ø Simbiose cultural: é a coexistência ou a convivência de duas ou mais culturas. As chamadas subcultura, são caso típico da simbiose; a osmose cultural, fenómeno observável, particularmente, nas situações geográficas e politicas de fronteiras;


Ø Fusão cultural;


Ø Segregação ou o apartheid racial e cultural, que é recusa politica da aculturação; autarcia ou recusa comercial;


Ø Sincretismo, que é, desde o ponto de vista religioso, um caso típico da aculturação. O sincretismo também é dominado miscigenação de traços culturais.


Ø Desculturação: é o aspecto negativo da dinâmica cultural e, sobretudo, a subtracção e a destruição do património cultural. Pode acontecer de forma imperceptível (transformação da língua), ou traumática (comercio de escravos, os campos nazistas, casos mais notórios e vergonhosos que a humanidade maquinou. Mas também podemos apontar o colonialismo e a guerrilha e outras mais formas de genocídios). A desculturação também pode ser parcial ou inteira.


FACTORES DA CULTURA


Os factores essências da cultura são quatro: o anthropos, ou seja, o homem na sua realidade individual e pessoal; o ethnos, comunidade ou povo, entendido como associação estruturada de indivíduos; o oikos, o ambiente natural e cósmico dentro do qual o homem se encontra a actuar; o chronos, tempo, condição ao longo da qual, em continuidade de sucessão, se desenvolve a actividade humana.


É importante afirmar que nenhum destes factores produz, por si só, a cultura e nenhum deles pode ser considerado estranho ao seu processo dinâmico. A sua acção é constante e, através de uma análise profunda, encontram-se em todas as manifestações culturais com evidências mais ou menos patentes.


O anthropos


O anthropos - indivíduo, ou seja, o homem na sua realidade individual e pessoal é factor fundamental da cultura. Muitos autores, como Radiclief e Brown, durante muito tempo descuraram o contributo original dos indivíduos singulares na dinâmica cultural, contando unicamente o que fosse social, grupal ou comunitário. Na verdade, porem duvidamos de que, se consideramos a cultura como um todo íntegro, em parte sugerido pela própria definição de Taylor, que lhe chama “aquele complexo”, teremos de abstrair do indivíduo singular: a cultura, neste sentido, ultrapassa as intuições e as actuações individuais; de modo analógico, a sociedade estende-se para além das acções individuais, mas inclui-las a todas e normalizá-las numa estrutura sistemática que torna possível e ordenadas as relações pessoas individuais. Porém, se considerarmos a cultura na sua génese dinâmica, e quisermos chegar a vê-la como uma realidade eficaz e concreta, devemos atribuir ao homem singular apenas a qualidade de indivíduo. Nesta perspectiva o indivíduo adquire uma posição de primeiríssima ordem e uma função insubstituível para que a cultura seja como é, se mantenha viva e que se transmita de geração a geração. O homem está na origem e é o vaso capilar da cultura “indivíduo”, segundo Ralph Linton, “é a variável irredutível de todas as situações sociais e culturais. É a levedura da fermentação cultural, e cada novo elemento da cultura pode originar-se, em última analise, na mente de qualquer indivíduo”.


O ethnos


Embora a origem capilar da cultura se depreenda na acção do indivíduo, a mesma natureza individual tem limites que anulariam a eficácia da sua acção e, consequentemente, a tornariam vã, se não encontrasse possibilidade de acolhimento e de expansão junto dos outros indivíduos. A cultura sob este ponto de vista, representa o resultado na colectividade. Não se trata de condensação, informe da acção cultural de cada um, mas da coordenação dinâmica e sistemática num todo único. A maneira como se atinge o processo de coordenação, o modo como se produzem os vários sistemas culturais de pensamento, de instituições sociais, de valores, etc., não é argumento fácil, mas situa-se entre os mais sugestivos e interessantes obtidos por algumas especializações da antropologia moderna


O oikos


Oikos (oikia) é uma palavra grega que literalmente significa “casa”. Dela deriva o termo ecologia, que nas ciências naturais indica o estudo do ambiente e mais especificamente as relações entre o ambiente e os organismos biológicos que, em conjunto, determinam o equilíbrio necessário à vida. Embora interesse, hoje, a todos os estudiosos das ciências humanas em geral, inicialmente a expressão “ecologia” foi criada pelo biólogo alemão Ernst Haekel (em 1878) para designar um ramo da ciência que estuda as relações dos seres vivos e suas “casas” ou habitates; é a ciência da casa, do ambiente, da habitação.


A ecologia tornou-se nos últimos anos uma exigência primária, quase um despertar mental súbito perante as devastações da poluição produzidas pelo desenvolvimento industrial concordou-se, embora tardiamente, que a rotura do equilíbrio natural condicionaria a possibilidade da vida do homem e de outros seres do planeta.


O chronos


O chronos é o factor tempo na formação da cultura e está assim intimamente ligado ao processo estruturador da cultura até se identificar com o próprio tempo, ou seja, a cultura nasce, desenvolve-se e vive no tempo.


Se a intuição do indivíduo deve ser assimilada pela comunidade na medida em que se articula na cultura é obvio que tal articulação acontecerá na sucessão do tempo.


Sobre a cultura, Fortes escreve algo referente à estrutura social: “A noção de um sistema social ou duma estrutura social implica necessariamente uma extensão através dum período de tempo. Um sistema social, por definição, tem uma certa vida. É um sistema social somente enquanto os seus elementos se mantêm ou seja adequadamente substituídos; o processo de substituição é o ponto crucial, porque o organismo humano tem uma amplitude de tempo limitada, cujo a manutenção e substituição são fenómenos temporais. Os processos pelos quais actuam, constituem um objecto de interesse quando estudamos o factor tempo na estrutura social.


PRICIPAIS CORRENTES ANTROPOLOGICAS


A ANTROPOLOGIA EVOLUCIONISTA


PRINCIPAIS REPRESENTANTES



  • Edward B. Tylor (1832-1917);

  • Lewis H. Morgan (1818-1881);

  • James Frazer (1854-1941).

· Marcada pela discussão evolucionista, a antropologia do Século XIX privilegiou o Darwinismo Social, que considerava a sociedade europeia da época como o apogeu de um processo evolucionário, em que as sociedades aborígenes eram tidas como exemplares "mais primitivos". Esta visão usava o conceito de "civilização" para classificar, julgar e, posteriormente, justificar o domínio de outros povos. Esta maneira de ver o mundo a partir do conceito civilizacional de superior, ignorando as diferenças em relação aos povos tidos como inferiores, recebe o nome de etnocentrismo. É a «Visão Etnocêntrica», o conceito europeu do homem que se atribui o valor de "civilizado", fazendo crer que os outros povos, como os das Ilhas da Oceania estavam "situados fora da história e da cultura". Esta afirmação está muito presente nos escritos de Pauw e Hegel.




As tentativas de aplicar a filosofia evolucionista aos fenómenos da vida cultural e social dos homens têm criado a primeira e mais importante corrente erótica em Antropologia – a corrente evolucionista.


As ideias evolucionistas, partindo de que as civilizações muito desenvolvidas constituem a transformação quantitativa da cultura primitiva conheceram uma grande difusão na segunda metade do séc. XIX em todos os países europeus e na América do Norte. Demarcada pela discussão evolucionista, a Antropologia do século XIX privilegio o Darwinismo social, que pensava a sociedade europeia da época como o apogeu de um processo evolucionário, do qual as sociedades aborígenes eram tidas como exemplares “mais primitivos” esta visão tomava como principio o seu próprio modelo de “civilização”, para classificar, julgar e, posteriormente, justificar a dominação de outros povos. Esta maneira de pensar o mundo, a partir da sua concepção de civilização, valorizando-a como superior, ignorando as defensas entre os povos, tido como inferiores recebe o nome de etnocentrismo.


Etnocêntrica, a concepção europeia de homem se atribui o valor de “civilizado”, chegando a afirmar que os outros povos, como os das ilhas da Oceânia estavam “situados fora da história e da cultura”. Esta afirmação esteve muito presente nos escritos de Pauw e Hegel.


ALGUNS POSTULADOS E COMENTÁRIOS:


Por volta de 1830 alguns postulados e comentários sobre o evolucionismo antropológico: surgiram na Europa. Eram algumas teorias, desvinculadas de condicionamentos míticos ou religiosos, que tentavam explicar semelhanças e diferenças entre fenómenos socioculturais. O fio condutor foi o conceito de evolução cuja idéia central era de que seria possível ordenar em série as formas de vida natural de tal modo que se infere intuitivamente ou passar de uma forma de vida a outra. Podemos dizer que foi a partir deste ponto que a antropologia científica deu seus passos iniciais, começando com o evolucionismo, portanto, a primeira das escolas antropológicas.


TRAÇOS IMPORTANTES DESTA CORRENTE


1. Naturalismo Anticriacionista;


2. Progresso Indefinido;


3. Selecção Natural;


4. A linha de evolução parte do simples e chega ao complexo; do homogéneo ao heterogéneo.


5. Utiliza o Método Comparativo


Assim, para Morgan, a cultura humana é o produto de uma evolução natural, sujeita à leis que regem as faculdades mentais do animal humano em seu estado social. De esta forma, a evolução da cultura poderia ser objecto de estudo científico e tal foi seu objectivo. A metodologia de trabalho na classificação e comparação de achados antropológicos. Com efeito, foi um pioneiro na realização de trabalhos quantitativos de campo na etnologia.


Morgan centrou seu interesse na evolução social da família, desde os casais circunstanciais até a monogamia, considerada própria da civilização. Morgan estabelecia três etapas sucessivas e graduais:



  1. Selvagismo: que por sua vez se dividia em inferior-médio (identificado pela pesca e o domínio do fogo) e superior (com domínio de armas como o arco e a flecha).

  2. Barbárie: no nível inferior somente com o domínio da cerâmica e a domesticação; no nível médio com a conquista da agricultura e o ferro no nível superior.

  3. Civilização: etapa correspondente aos povos que desenvolveram o alfabeto fonético e que possuíam registos literários.

Assim, Taylor defendia que existiam diferentes tipos de famílias que evoluíam até chegar à família patriarcal em suas formas poligâmicas tomados na qualidade de “empréstimo”, mas que passam a formar parte da cultura.


Conceito de Empréstimo Cultural: É a transposição de elementos culturais através de um processo selectivo em que os traços que mais se adaptam à cultura são assimilados de tal modo que se transformam, incluindo em sua função.


São considerados aportes do difusionismo a importância outorgada à inter-relação entre os fenómenos culturais, a notável acumulação de informação etnográfica e a insistência nos trabalhos de campo (pesquisas de campo).



DIFUSIONISMO - ANTROPOLOGIA DIFUSIONISTA


PRINCIPAIS REPRESENTANTES



  • Graebner (1877-1942);

  • Smith (1864-1922);

  • Rivers (1864-1922);

ALGUNS POSTULADOS E COMENTÁRIO


O Difusionismo é conceptualmente uma reacção às ideias evolucionistas de unilateralidade, isto é, ao evolucionismo universal de acordo as leis determinadas. Assim, os estudos desta escola se concentraram nas semelhanças de objectos pertencentes a diferentes culturas, bem como especulações sobre a difusão destes objectos entre culturas. Assim, um objecto foi inventado uma só vez em uma sociedade em particular e a partir dali se expandia através de diferentes povos.


Ao contrário do evolucionismo que postula um desenvolvimento paralelo entre civilizações, o difusionismo enfatiza o contanto cultural e o intercâmbio, de tal maneira que o progresso cultural mesmo é compreendido como uma consequência do intercâmbio.


Desta forma, ao se produzir um contanto entre duas culturas, se estabelece um intercâmbio de traços associados que foram tomados na qualidade de “empréstimo”, mas que passam a formar parte da cultura.



FUNCIONALISMO - ANTROPOLOGIA FUNCIONALISTA


PRINCIPAIS REPRESENTANTES



  • Bronislaw Malinowski (1884-1943);

  • Radcliffe-Brown (1881-1955).

O funcionalismo inspirava-se na obra de Durkhein. Advogava um estreito paralelismo entre as sociedades humanas e os organismos biológicos (na forma de evolução e conservação), porque em ambos a harmonia dependeria da interdependência funcional das partes. As funções eram analisadas como obrigações, nas relações sociais.


A função sustentaria a estrutura sócia, permitindo a coesão, fundamental, dentro de um sistema de relações sociais.


A noção de função e de integração social estavam presentes na obra de E. Durkhein e Mauss punha em primeiro plano a ideia de “totalidade”. Antes, recordemos que o funcionalismo foi a expressão mais acabada das ideias. O principal objectivo da investigação é o estudo da acção de “diferentes funções dos fenómenos”.


ALGUNS POSTULADOS E COMENTÁRIOS


Malinowski defendia que as instituições desempenham funções específicas e, assim, contribuem para sustentar a ordem social.


O funcionalismo enfatizava a inter-conexão orgânica de todas as partes de uma cultura pondo em primeiro plano a idéia de totalidade. Desta maneira, postulava uma universidade funcional que se opõe ao difusionismo.


Análise funcional é uma explicação de fatos antropológicos em todos os níveis de desenvolvimento de acordo com o papel que jogam dentro do sistema total da cultura, de modo que estão inter-relacionados com o interior do sistema e pela forma que o sistema se vincula ao meio físico.


O conceito de função, de acordo com Malinowski se refere ao papel que joga um aspecto em relação ao resto da cultura e em última instância, orientado sempre a satisfação das necessidades humanas, isto é, a sobrevivência.


Será um passo adiante na linha de trabalho de Radcliffe-Brown, que encapou o conceito de estrutura social. Com efeito, para este autor não há função sem estrutura. Por estrutura se entende uma série de relações unificadas, na qual a continuidade se conservaria através de um processo vital composto pelas actividades das unidades constitutivas.


Sabe-se que existem requisitos prévios e uma série de condições necessárias para a sobrevivência de uma sociedade ou a manutenção de uma estrutura. Assim, de acordo com a teoria funcionalista, certas formas culturais ou sociais são indispensáveis para que algumas funções possam desempenhar-se.


As consequências do modelo teórico formulado pelos teóricos do funcionalismo se manifestam na prioridade outorgada a análise sincrónica e a-histórica, a noção integrada da sociedade com certa tendência a concebê-la como um complexo sistema fechado, bem como o abandono àquilo que as correntes teóricas anteriores consideravam como a origem da cultura.


ESTRUTURALISMO - ANTROPOLOGIA ESTRUTURAL


PRINCIPAIS REPRESENTANTES



  • Levi-Strauss;

  • Needham;

  • Douglas;

  • Turner;

  • Dumont.

ALGUNS POSTULADOS E COMENTÁRIOS


A Antropologia Estrutural nasce na década de 40, seu grande teórico é Clade Lévi-Strauss, e seu debate se centraliza na ideia de que existem regras estruturantes das culturas presentes na mente, humana, e que estas regras constroem pares de oposição para organizar o sentido. Para tecer debate teórico, Lévi-Strass se apoiou em duas fontes principais corrente psicológica criada por Wilhelm Wundt e o trabalho realizado no campo da linguística, por Ferdinand de Saussure, denominado de Estruturalismo. Influenciaram-no, ainda, Durkheim, Jakobson. (teoria linguística), Kant (idealismo) e Marcel Mauss.


Aliança, consanguinidade passam a fazer parte das abordagens etnográficas.


Autores e obra: Claude Lévi-Strauss - As estruturas elementares do parentesco - 1949. Tristes Trópicos – 1955. Pensamento selvagem - 1962. Antropologia estrutural - 1958. Antropologia estrutural dois - 1973 O cru e o cozido - 1964 O homem nu - 1971; Lévi - Bruhl; Marcel Griaule e Dieu d Euau.


O estruturalismo busca superar algumas deficiências observadas em outras teorias e tem a pretensão de alcançar uma explicação da lógica das organizações sociais em sua dimensão sincrónica, sem deixar de lado a dimensão diacrónica. A metodologia do estruturalismo se deve particularmente à linguística, e desenvolve a noção de estrutura. O aporte teórico de Levi-Strauss enfatiza a estrutura mental que subjaz as instituições.


Nesta linha de pensamento, os fatos sociais poderiam se compreendidos como processos de comunicação definidos por regras, algumas delas conscientes (ainda que apenas superficialmente já que podem estar ocultando aspectos da realidade) e outras em nível profundo do inconsciente. A análise estrutural não é uma esquematização superficial, mas a compreensão profunda da realidade objectiva e supõe compreender a actividade inconsciente, observando cada instituição ou cada fenómeno social em suas diferentes manifestações para descobrir as regras ocultas. Nesta linha interpretativa, uma estrutura se basta em si e não necessita nada mais para ser captada.


As críticas mais frequentes ao estruturalismo antropológico se concentram no uso selectivo das fontes etnográficas secundárias e que na maioria das vezes a teoria é forçada e não se ajusta à realidade empírica.


DINAMISMO - ANTROPOLOGIA DINÂMICA


PRINCIPAIS REPRESENTANTES



Gluckman


Leach.


ALGUNS POSTULADOS E COMENTÁRIOS


Tanto o funcionalismo quanto o estruturalismo são teorias que representam visões estáticas da sociedade e consideram que se algo é necessário para que funcione ou é básico em sua estrutura institucional ou mental, esse algo deve ser bastante estável, ou a sociedade em questão não existiria. Entre as críticas mais frequentes a estas concepções, considera-se que a mudança é uma evidência, sendo que marginalizar sua influência supõe uma análise limitada da realidade. A partir dos anos de 1950 surgiram estudos que tentaram analisar as mudanças e suas consequências.


O dinamismo é, pois, um fenómeno interno de toda sociedade, além de ser um elemento fundamental em sua coesão. Nesta linha de pensamento, Gluckman desenvolveu a noção de “conflito” para descrever as tensões no seio de uma sociedade. Leach, defendeu a noção de “ciclos” para descrever os desenvolvimentos periódicos e de mudanças.


AS PRINCIPAIS ESCOLAS ANTROPOLOGICAS


ESCOLA SOCIOLÓGICA FRANCESA


PRINCIPAIS REPRESENTANTES DA ESCOLA FRANCESA



Émile Durkheim (1858-1917);


Marcel Mauss (1852-1950);


Levy-Brhul (1857-1939);


Ch. A. van Gennep (1873-1957).


ALGUNS POSTULADOS E COMENTÁRIOS


Durkheim, fundador da escola sociológica francesa, assinalou de forma precisa a interdependência de todos os fenómenos sociais, qualquer fato seria estudado tendo em conta os demais através de uma visão totalizante. Com efeito, esta linha é um claro precedente do funcionalismo.


Marcel Mauss por sua vez, defendeu que nenhuma disciplina humana poderia construir conceitos ou classificações para interpretá-los isoladamente, a consequências directa desta idéia seria a rejeição ao método comparativo.


LINHAGEM FRANCESA


Com Émile Durkheim começam os fenómenos sociais a serem definidos como objectos de investigação socioantropológica e, a partir da análise da publicação de Regras do "Método Sociológico", em 1895, começa-se a pensar que os fatos sociais seriam muito mais complexos do que se pretendia até então. No final do século XIX, juntamente com Marcel Mauss, Durkhéim se debruça nas representações primitivas, estudo que culminará. O Funcionalismo inspirava-se na obra de Durkheim. Advogava um estreito paralelismo entre as sociedades humanas e os organismos biológicos (na forma de evolução e conservação) porque em ambos os casos a harmonia dependeria da interdependência funcional das partes. As funções eram analisadas como obrigações, nas relações sociais. A função sustentaria a estrutura social, permitindo a coesão, fundamental, dentro de um sistema de relações sociais.






ESCOLA AMERICANA


PRINCIPAL REPRESENTANTE DA ESCOLA AMERICANA


· Franz Boas (1858-1881).


ALGUNS POSTULADOS E COMENTÁRIOS SOBRE A ESCOLA AMERICANA


Franz Boas marcou linhas básicas de orientação que anteciparam o funcionalismo. A idéia central era considerar a cultura como uma totalidade, um conjunto de elementos integrados. A metodologia buscava provas concretas do contato cultural e a comparação de traços que existem contextualmente. Por outro lado, enfatizava evitar a limitação de apenas semelhanças para buscar também as diferenças.


Boas “emprestou” de Wissler, a noção de área cultural, conceito que descreve um núcleo de influência, isto é uma zona ampla de onde se observa como um traço cultural deixa seu rastro em diferentes culturas, incorporando assim elementos psicológicos universais da cultura.


O PARTICULARISMO HISTÓRICO


PRINCIPAIS REPRESENTANTES DO PARTICULARISMO HISTÓRICO



Também conhecida como Culturalismo, esta escola estadunidense, defendida por Franz Boas, rejeita, de maneira marcante, o evolucionismo que dominou a antropologia durante a primeira metade do século XX


PRINCIPAIS IDEIAS


A discussão desta corrente gira em torno da ideia de que cada cultura tem uma história particular e de que a difusão cultural se processa em várias direcções. Cria-se o conceito de relativismo cultural, vendo também a evolução como fenómeno que pode decorrer do estado mais simples para o mais complexo.



A ESCOLA DE CULTURA E PERSONALIDADE


PRINCIPAIS REPRESENTANTES DA ESCOLA DE CULTURA E PERSONALIDADE



Ruth Benedict


Margaret Mead


Gregory Bateson


R. Linton



Criada por estudiosas estadunidenses, discípulos de Franz Boas, influenciadas pela Psicanálise e pela obra de Nietzsche, esta escola concebe a cultura como detentora de uma “Personalidade de base”, partilhada por todos os membros. Estabelece uma tipologia cultural. Haveria culturas: dionisíacas (centradas no êxtase) e apolíneas (estruturadas no desejo de moderação); pré-figurativas, pós-figurativas, co-figurativas.


A ANTROPOLOGIA INTERPRETATIVA


PRINCIPAIS REPRESENTANTES DA ANTROPOLOGIA INTERPRETATIVA

Clifford Geertz,

Graduado em filosofia, inglês, antes de migrar para o debate antropológico, obteve seu PhD em Antropologia em 1956 e desde então conduziu extensas pesquisas de campo, nas quais se fundamentam seus livros, escritos essencialmente sob a forma de ensaio. Com cerca de vinte livros publicados, Clifford Geertz é provavelmente, depois de Claude Lévi-Strauss, o antropólogo cujas ideias causaram maior impacto na segunda metade do século XX, não apenas no que se refere à própria teoria e à prática antropológica mas também fora de sua área, em disciplinas como a psicologia, a história e a teoria literária. Considerado o fundador de uma das vertentes da antropologia contemporânea – a chamada Antropologia Hermenêutica ou Interpretativa. Elementos da cultura analisada devem portanto ser entendidos à luz desta textualidade, imanente à realidade cultural.


IDEIAS CENTRAIS


A Antropologia Interpretativa analisa a cultura como hierarquia de significados, pretendendo que a etnografia seja uma “descrição densa”, de interpretação escrita e cuja análise é possível por meio de uma inspiração hermenêutica. É crucial a leitura da leitura que os “nativos” fazem de sua própria cultura.


RAÇA E ETNIA


Ao se falar de raça e etnia muitas pessoas demonstram total falta de base teórica ou então idéias distorcidas sobre a questão, hoje é sabido que do ponto de vista biológico todas as idéias de racialização humana caíram por terra, não existem raças humanas, mas apenas a espécie (raça humana), porém a construção social feita a partir destas idéias permanece no imaginário popular e principalmente os efeitos nefastos de todas estas hoje sabidamente equivocadas idéias na vida de milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo, em especial nos reportamos ao Brasil. Para eliminar os efeitos destas idéias equivocadas é preciso porém antes, conhecer como foi realmente montada a idéia de raça e seus conceitos. Hoje nos remetemos as questões étnicas ( povos), a discussão de raça não faz mais sentido a não ser do ponto de vista dos seus efeitos na construção social.


RAÇA


A primeira classificação dos homens em raças foi a “Nouvelle division de la terre par les différents espèces ou races qui l'habitent” ("Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam") de François Bernier, publicada em 1684.


Carolus Linnaeus (1758) inventor da taxinomia e criador da classificação Homo Sapiens, reconheceu quatro variedades do homem - Americano (Homo sapiens americanus: vermelho, mau temperamento, subjugável), Europeu (europeus: branco, sério, forte), Asiatico (Homo sapiens asiáticos: Amarelo, melancólico, ganancioso), e Africano (Homo sapiens afer : preto, impassível, preguiçoso). Linnaeus reconheceu também uma quinta raça não - geograficamente definida, a Monstruosa (Homo sapiens monstruosos), compreendida por uma diversidade de tipos reais (por exemplo, Patagônios da America do Sul, Flatheads canadenses) e outros imaginados que não caberiam em nenhuma das quatro categorias "normais" (segundo a visão racista de Linnaeus que não apenas criou a classificação como atribuiu a cada uma características físicas e morais, o indivíduos mestiçados poderiam talvez ser então classificados nesta última categoria) .


O sucessor de Linnaeus', J. F. Blumenbach, primeiramente em 1775 reconheceu "quatro variedades da humanidade:" 1) Europa, Ásia ocidental, e parte de America do Norte; 2) Ásia do leste e Austrália; 3) África; e 4) o resto do novo mundo. A visão de Blumenbach continuo a evoluir, em 1795 dando origem a cinco variedades, Caucasiano, Mongol, Etíope, Americano, e Malaio, diferindo do agrupamento anterior onde os esquimós passaram a ser classificados com os Asiaticos do leste.


Neste sentido, as coisas ficaram estáticas até 1962, o ano em Carleton Coon publicou "A origem das raças". Lá Coon, um antropólogo físico, dividiu a humanidade em cinco raças (ou subspecies): Caucasoide, Mongoloide, Australoide, Congoide (Negroide), e Capoide(Africa Meridional até filipinas).


Segundo Dobzhansky (1970), esta visão conduziu à absurdos como quando os siblings (pessoas com síndrome de Down) foram categorizados em tipo racial (mongolóide) diferentes de ambos seus país. De uma perspectiva social, este problema (indivíduos surgidos da mistura de raças) foi resolvido tipicamente empregando o conceito de Marvin Harris a hipodescendência, isto é, a criança de tal união pertence a raça biológica ou socialmente inferior: "o cruzamento entre um branco e um índio é um índio; o cruzamento entre um branco e um negro é um negro; o cruzamento entre um branco e um hindu é um hindu; e o cruzamento entre alguém de raça europeia e um judeu é um judeu." (Grant, The Passing of the Great Race, 1916). Em alguns países, uma regra de 1/8 ou 1/16 foi estabelecida a fim determinar a identidade racial apropriada de indivíduos oriundos de mistura de raças. Sob estas regras, se o indivíduo for, pelas linhas da descendência, 1/8 ou somente 1/16 de negro (preto uniforme), o indivíduo é também negro.


ETNIA


Uma etnia ou grupo étnico é em um sentido amplo uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas, culturais e genéticas. Estas comunidades comummente reclamam para si uma estrutura social, política e um território. Etnia se usa a vezes erroneamente como um eufemismo para raça, ou como um sinónimo para grupo minoritário.Raça é um conceito que tem sido associado ao de etnia. Porém etnia compreende os factores culturais (nacionalidade, afiliação tribal, religiosa, língua ou tradições) e biológicos de um grupo humano, raça especificamente alude aos factores morfológicos distintivos desses grupos humanos (cor de pele, compleição física, estatura, traço faciais, etc.) desenvolvidos em seu processo de adaptação a determinado espaço geográfico e ecossistema (clima, altitude, flora, fauna, etc.) ao largo de várias gerações.


Historicamente, a palavra "etnia" significa "gentio", proveniente do adjectivo grego "ethnikos." O adjectivo se deriva do substantivo ethnos, que significa gente ou nação estrangeira. O sustantivo deixou de estar relacionado com “Pagão” em princípios do sec. XVIII. O uso do moderno sentido da palavra começou na metade do sec. XX.




A Língua


A língua tem sido utilizada como primeiro facto classificador dos grupos étnicos, sem dúvida esta ferramenta não tem Estado isenta de manipulação política ou erro. Se deve assinalar que existe grande número de línguas multi-étnicas e determinadas etnias são multi – línguas.


A Cultura


A delimitação cultural de um grupo étnico com respeito aos grupos culturais de fronteira, se faz dificultosa para o etnólogo em especial no tocante a grupos humanos altamente comunicados com grupos vizinhos. Elie Kedourie é talvez o autor que mais tenha aprofundado a análise das diferenças entre etnias e culturas. Geralmente se percebe que os grupos étnicos compartilham uma origem comum, e exibem uma continuidade no tempo, apresentam uma noção de história em comum e projectam um futuro como povo. Isto se alcança através da transmissão de geração em geração de uma linguagem comum, instituições, valores e algumas tradições. Se bem que em determinadas culturas se mesclam os factores étnicos e os políticos, não é imprescindível que um grupo étnico conte com instituições próprias de governo para ser considerada como tal. A soberania portanto não é definidora da etnia, mas se admite a necessidade de uma certa projecção social comum.


A Genética


É importante considerar a genética dos grupos étnicos se devemos distingui-los de um grupo de indivíduos que compartilham unicamente características culturais. As etnias geralmente se remetem a mitos de fundação que revelam uma noção de parentesco mais ou menos remoto entre seus membros. A genética atual tende a verificar a existência dessa relação genética, porém as provas estão sujeitas a discussão, referência é Lucca Cavalli-Sforza.


Grupos étnicos


Os membros de grupos étnicos costumam conceber a sua identidade como algo que está fora da história do estado - nação – quer como alternativa histórica, quer em termos não - históricos, quer em termos de uma ligação a outros estado-nação. Esta identidade expressa-se muitas vezes através de "tradições" variadas que, embora sejam frequentemente invenções recentes, apelam a uma certa noção de passado.


CULTURA E CIVILIZAÇÃO


A missão de quem escreve não será apenas a de informar a opinião pública do que se vai passando ao seu redor, mas também a de opinar ou a de transmitir conhecimentos adquiridos através da sua própria vivência, os quais possam esclarecer ou mesmo dar uma outra visão de coisas que, por vezes, passam despercebidas à maioria das pessoas.


Ouvimos dizer por aí que este ou aquele povo tem uma Cultura elevada ou uma Civilização notável. Contudo, saberemos nós verdadeiramente o que é Cultura ou Civilização? Serão conceitos semelhantes ou haverá alguma diferença entre ambos?


É esta a reflexão que proponho.


Quando frequentava o curso de História, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, uma das disciplinas que me ajudou a compreender melhor a Humanidade foi a de Cultura Medieval, ministrada pelo ilustre Professor, já jubilado, Dr. J. M. da Cruz Pontes.


Entre a filosofia medieval, nomeadamente a dos grandes Doutores da Igreja e o legado da Cultura Greco-romana transmitida aos bárbaros e transformada pelo Cristianismo (visão da Idade Média sob o ponto de vista cultural), o Prof. Dr. Cruz Pontes ensinou-nos a distinguir CULTURA de CIVILIZAÇÃO, dois conceitos inerentes ao Homem, os quais podem transformar o mundo num paraíso ou num caos, conforme o maior ou menor grau de inteligência desse mesmo Homem, isto é, da sua capacidade de se adaptar, consciente e racionalmente, às situações criadas pelo desenrolar da própria vida.


Uma das definições mais comuns é a de que Cultura é tudo o que resta quando se esqueceu o que foi aprendido.


Segundo o vulgar dicionário da Língua Portuguesa, Cultura é a totalidade das manifestações espirituais que constituem a herança social de um povo e determinam a sua persistência histórica.


Na Universidade, aprendi com o Professor Cruz Pontes que Cultura é o resultado da acção positiva do Homem sobre a Natureza; é igualmente a actividade preparatória que conduz o espírito do Homem a produzir frutos; é a realização de valores espirituais; é o conjunto orgânico dos valores expressos pela actividade intelectual do Homem, na sua faceta construtiva.


Cultura é posse espiritual; é conquista interior; é a grandeza moral do Homem irradiada no seu agir construtivo; é a capacidade de escolher entre o saber e a erudição, e ser capaz de utilizar positivamente esse saber.


A Cultura produz valores; é o conhecimento elaborado; é a assimilação do saber pela inteligência. Como formação, Cultura é a agilidade do espírito; é capacidade de síntese, de apreciar, de criticar e seleccionar os valores que nos são apresentados.


Cultura é, em suma, a atitude positiva do Homem em relação ao Mundo.


Quanto à Civilização, como poderemos defini-la?


Civilização pode ser definida como a perfeição do estado social ou o progresso nas Artes, nas Ciências, nos Saberes, nos Costumes e noutras manifestações culturais e espirituais de um povo.


A Civilização é produzida pela Cultura; é o património de bens materiais que determinam as características do bem-estar colectivo; é bem material; é o avanço no progresso criativo de conquistas exteriores: progresso social, económico, político.


Civilização é o avanço bem-intencionado do Homem no mundo, desfrutando os valores adquiridos pela Cultura; é o produto da sua acção positiva.


No seu fazer-se e como resultado da acção criativa do Homem, Civilização é uma parte da Cultura; é a potência da grandeza moral do Homem; é, enfim, a fase final do ciclo cultural.


Posto isto, se analisarmos o que se passa no nosso país, e o compararmos com o que atrás ficou escrito, verificamos que, relativamente à Cultura os Portugueses andam dela muito distanciada: uns, porque se limitam a aceitar indiferentemente, sem o menor sentido crítico, aquilo que lhes é impingido; outros, porque a Cultura não lhes dizem nada; outros ainda, enchem a boca com a palavra Cultura, mas não fazem a mínima ideia do seu significado, e então contentam-se com a mediocridade, promovem e cultuam a mediocridade.


Naturalmente existem excepções honrosas, em posições-chaves para poderem alterar o statu quo. Porém, é muito mais cómodos acomodarem-se.


O homem, porém, não nasce sabendo, daí existirem instrumentos próprios que lhe proporcionam toda a espécie de ensinamentos, os quais, em princípio, deveriam servir-lhe para alguma coisa útil. No entanto, não servem e a apatia cultural e civilizacional instalou-se entre o nosso povo, e pelo que se vê, não há grandes perspectivas de melhoras.

BIBLIOGRAFIA

- [1] Melville, J.Herkovits: Antropologia Cultural, tomo 1, pág 56. Compilado do livro de Luís Gonzaga de Mello: Antropologia Cultural pág. 88

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- Cabral, Maria Alice: Texto de apoio da cadeira de Antropologia Cultural-ISCED.

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- Material de Estudo de Antropologia Cultural do ICRA.

- Enciclopédia Microsoft® Encarta®. © 1993-2001 Microsoft Corporation

- Bravo, Orlando: sociologia 12ºAno, Porto Editora, Edição 1995, pág. 28.

- Boniface, Pascal: Dicionário das relações internacionais. Plátano Editora, 2ª edição, 2008, pág 169.

- Cabral, Maria Alice – Texto de apoio da cadeira de Antropologia Cultural – ISCED

- www.google.com.br

Elaborado por: JONY CULO