INTRODUÇÃO
As resistências dos povos angolanos face a ocupação portuguesa foram motivadas pelas ambições económicas políticas dos portugueses assim como concretizarão o princípio de ocupação efectiva saída na conferência de Berlim que anulava os legados históricos de Portugal. Essa conquista não foi fácil para os portugueses, embora munidos de canhões, armas de repetição e outros meios modernos outros meios bélico mas modernos da época. Assim como o uso da intriga entre povos, traição e o uso da cristandade, em relação aos autóctones que ainda usavam arcabuzes, mosquetes outras armas rudimentares para travar investidas estrangeiras. Neste trabalho abordaremos o processo de resistências protagonizada pelos povos de Angola em especial os de sele e Amboim face as guerras de pacificação assim como os factores que estiveram na base da derrota desses povos.
Esta é uma das 18 províncias que constituem o imenso território chamado Angola, localizada na parte Centro com maior parte a Norte, com os seguintes limites:
A Sul as províncias de Benguela e Huambo.
A Norte, as províncias Kwanza Norte e Bengo.
A Este a província do Bié.
A Oeste o Oceano Atlântico.
RESISTÊNCIA DO KWANZA SUL
Desde cedo, o Kwanza Sul, anteriormente «Novo Redondo», foi teatro de várias incursões militares, que vai até os finais do século XIX, neste período não se podia falar de uma ocupação efectiva do território. No ano de 1870, era uma grande aventura afastar-se muito além da margem, ou para além dos horizontes do por do sol, na eminência do desaparecimento, ou mesmo perdiam a cabeça pelos autóctones da região. Em 1870 os portugueses começaram com as novas tentativas esporádicas de penetração com o objectivo de castigar e submeter os autóctones, e estas campanhas levantaram rebeliões de carácter regional, este mostravam a insatisfação, a constante vontade de empurrar os portugueses de volta as sua terra.
Um ano mais tarde (1871) os libertos refugiaram – se na Ilha de Sanga situado no rio Keve, que dista á 50 km de Novo Redondo, onde vivia uma "Singular República" até 1893.República estes que estavam sobre a tutela do Soba Nhaty, este serviços eram feitos pelos antigos descendentes das crueldades que eram feitas, pelos portugueses. Foram feitas fortes expedições portuguesa para o domínio da Ilha.
1888, foram realizadas as primeiras incursões portuguesa ás montanhas de Amboim.
1893, realiza -se o inicio da intervenção directa no Libolo.
Os povos do Bailundo e Sele desciam muitas vezes chegando a ocupar as regiões de Kikongo e Xingo, que dista á 5 km de Nova Redondo.
Localização geográfica
Libolo e um dos doze Municípios e situa-se mais ao norte da Província, com os seguintes limites:
A Norte pelas províncias de Kwanza Norte e Malange.
A Sul pelo Município de Kibala (Kwanza Sul).
A Este pelo Município de Mussende (Kwanza Sul).
A Oeste pela província do Bengo.
Inicio da Ocupação do Libolo
Libolo era uma terra fértil, populações dita pacífica e numerosa, clima saudável, uma altitude (800-1000). Tudo isto, se reunia para atrair o negócio que ali prosperava longe das autoridades portuguesa.
Como no resto do território, também aqui, a presença portuguesa apenas se fazia sentir através de comerciantes arrojados, que sem falarem do poder colonial representavam-no, tacitamente.
Depois de 1870, tentativas exploratórias se repetiram com vista à submeter os nativos desta região, mas, dês tão poucas vezes conseguidas, mereceu sempre campanhas militares, tais eram as dificuldades no terreno e a violenta oposição dos autóctones.
O ano de 1893, è marcado pelo inicio da intervenção portuguesa na região do Libolo. Até então, a soberania portuguesa nunca passou da faixa litoral devido a resistência apresentada pelas populações autóctones do interior e ainda assim, permanentemente ameaçada, pelos povos do Bailundo e do Libolo. Esta guerra de ocupação, para os autóctones è traduzida em guerra de resistência aos seus territórios.
No entanto, já era de reconhecer-se a presença europeia (portuguesa) nestas paragens nomeadamente na povoação de Calulo, antes daquela data, representada por sete comerciantes e a fundação de uma missão Católica sob a autorização do Soba. Mas essa presença não representou a soberania portuguesa.
No Libolo as hostilidades entre os nativos e os Portugueses estalaram – se em 1895. No ano de 1895 – 1898 verificaram – se 8 insurreições reprimidas, este número não alargou – se porque as relações entre os brancos e o Libolo nunca foram saudáveis.
Com o acto de insatisfação da população, que reflectia – se no saque das casas comerciais e os centros religioso da população de Calulo. Isto leva com que Álvaro António da Costa Ferreira, Governador-geral de Luanda, responde com o envio de um Homens do exército, ao comando do coronel Lourenço Justino Padrel. Exército este que estava constituído com 5 Oficiais, 260 Caçadores, 40 Soldados de segunda linha e duas metralhadoras como um dos matérias mais forte que eles carregavam. O exército Português vai aparecer de uma forma repartida em duas alas ou em dois Grupos.
Aos 25 de Outubro de 1895, este exército marchava do Dondo, quatro dias depois do mesmo ano (29 de Outubro de 1895) Banza do Soba Golungo é atacado, um dia depois a 30 de Outubro de 1895 o Soba Phouloque também é atacado e consequentemente o local tido como inexpugnável (indestrutível) que distava a 1000 metros, onde havia se refugiado o Soba Golungo mais 1200 homens.
O factor número e o terreno dificultoso, não impediu o avanço das tropas portuguesa, que abalaram a região e teve como resultado dezenas de mortos e feridos e muitos outros foram presos, cultivos destruídos.
Depois de tudo isto houve um momento de estabilidade nesta região, mais de pouca duração, pois que os nativos não desistiam das resistências, foi assim que, no ano de 1896, os portugueses foram atacados pelos nativos que eram chefiados pelo Soba Quissala, então surge a necessidade de uma coluna do exército deslocar – se como meio de reforço ou socorro aos atacados que eram chefiados pelo Capitão – mor do Bailundo. Dai em diante as guerras já não paravam, os ataques eram frequentes no Libolo, isto leva ao Libolo a deslocação do Coronel Dias da Silva, em Agosto de 1917 , com um elenco composto por 39 oficiais, 50 sargentos e 275 europeus que formavam uma Companhia expedicionária. Durante os confrontos entre os portugueses e os nativos do Libolo, houve uma baixa de 55 mortos, que nos leva a concluir, o Libolo terá perdido a guerra.
É no mandato de António Duarte Ramada Curto, como Governador de Angola, 1897 – 1900, que leva – se acabo à construção de um Forte na região do Calulo, operação que era chefiada por Albano Augusto Pais Brandão, no cargo de Tenente no Exército, congratulado com a vitória no Libolo os resistentes.
Não havia uma resistência concreta, pois que o poder colonial nesta região, tinha como principais representantes do governo Português delegados que eram sucedidos no Calulo, que eram eleitos pelos comerciantes arruinados.
Paz Brandão, vai vencer os chefes que estavam divididos e desprovidos de qualquer capacidade militar.
Esta região localiza-se na província do Kwanza Sul, nos seguintes limites:
O município de Caconda ao Norte.
O município do Sumbe e Cassongue ao Sul.
O município de Cela ao Este
O município do Porto Amboim a Oeste.
Feitas as suas limitações, já estamos situados, assim podemos então debruçarmos da resistência nesta região devido as atrocidades a que estes povos estavam a passar contra os portugueses.
A primeira revolta deu – se em Janeiro no ano de 1902, concretamente na Fazenda de Quicongo, lugar este que havia um mestiço detentor de várias casas de comércio. Devido ao poder económico que este possuía nesta região, então era autor de vários crimes efectuo a população da localidade, de uma forma repetitiva. Como o homem por natureza não é passivo, então a população sente – se cansada pelos maus tratos a que estavam expostos e organizam-se salteando os haveres comerciais que este homem (mestiço), possuía, até chegarem ao ponto de mata-lo e organizarem uma grande festa com a carne do outro hora "senhor comerciante malfeitor" como forma de satisfazer a sua vingança.
Como para cada acção há sempre uma reacção, é assim que os portugueses que se encontravam no Novo Redondo, vão responder a este abuso considerado por eles com o envio de forças militar composta por30 soldados que eram comandados por Alferes Marcelino Rezende Costa. O destaque foi em Thoa, com um saldo negativo por parte dos portugueses de 3 mortos, e alguns feitos reféns e mais tarde resgatados pelos chamados Capitão do Mato as ordens dos portugueses.
Esta repreensão não foi o suficiente para travar a fúria dos colonizadores, foi assim que escrevera muitos africanistas que as revoltas do Sele foram mal feitas, com isto vai houver uma contaminação ao Reino Ovimbundo e Ngalangue, com a morte de um branco e posteriormente o seu consumo no período que vai de Fevereiro a Março de 1902, onde os colonos não tiveram uma resposta contra este acontecimento, isto da origem a sublevação de outros reinos.
Como forma estratégica dos portugueses em conter as revoltas constantes dos indígenas e desencorajar o seu espírito revolucionário, este edificam um Forte no Sele.
Mais o sonho dos indígenas de manterem os portugueses longe das suas terras não parava de crescer a cada dia que se passava, prova disto é que um morador Branco de Novo Redondo é morto a tiro pelos populares de Sele, no na de 1950, por motivos de maldade que estavam a sofrer por meio dos Europeus residentes na localidade do Sele. No ano de 1952 alguns indígenas do Sele, criam a uma aliança temporária com sobas Ovimbundos, Quissange e de Tchiaca. Estes juntos lançam-se contra os Hanha. A 9 de Abril de 1957 há um ataque dirigido pelo soba Mbadua de Sele, contra os portugueses, pois que este era um grande inimigo dos portugueses.
O Governador-geral, Coelho de Amaral, este manda erguer uma fortaleza, a custa dos moradores, com uma guarnição de 4 homens cada uma munido de uma artilharia pesada, como forma de se precaver dos constantes ataques que eram levados acabo pelos indígenas da região do Sele.
CONCLUSÃO
Concluímos que os territórios de seles e Amboim não foram dados de bandeja aos portugueses, porque esses povos (autóctones) queriam preservar os seus direitos e liberdades económica, cultural, politica, social, religiosa, sua soberania territorial e pela sua identidade. As causas da sua derrota são subjectivas (fraca unidade entre os povos, fraco poder económico má preparação do exercito e o uso de armas rudimentares) e objectiva ( maior poder económico, melhor organização, melhor preparação do exercito e o uso de armas mas modernas, a pesar desses factores os povos resistiram economicamente, politicamente e culturalmente onde se destaca a parte cultural a que mas resistiu impulsionando a luta politica que terminou com a independência de Angola.
Pélissir René, Historia das campanhas de Angola resistência e Revoltas (1845-1914) Vol. I e II
Texto provisório de História de Angola II, da Colonização à Actualidade. 3º Ano
Trabalho em grupos de Seminário de História de Angola II
Trabalho de Fim do Curso – Colonização Portuguesa no Kwanza Sul (CUPATA, jacobe, 2006)
lindo mano, angolanos como tu e q a gente precisa , manter a fugueira acesa, uma arvore sem raizes nao prevalece.
ResponderEliminarlindo mano, angolanos como tu e q a gente precisa , manter a fugueira acesa, uma arvore sem raizes nao prevalece.
ResponderEliminar