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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Morreu Nelson Mandela (1918-2013): a liberdade como obra


O primeiro Presidente negro da África do Sul morreu nesta quinta-feira, anunciou Jacob Zuma, Presidente sul-africano. O líder da luta anti-apartheid tinha 95 anos.

Nelson Mandela foi um homem de gestos. Como este: apenas aceitou sair da prisão quando recebeu garantias de que todos os outros prisioneiros políticos seriam libertados como ele. O advogado e activista acreditou na luta pela libertação de todo um povo. Depois de 27 anos preso, foi eleito o primeiro Presidente negro na África do Sul. O seu legado vai muito além do seu país e do tempo em que viveu. Morreu nesta quinta-feira, com 95 anos, na sua casa em Joanesburgo.
Quando anunciou que deixava a política, Nelson Mandela fê-lo com a mesma naturalidade com que dizia: “Toda a gente morre.” Escolheu deixar a presidência da África do Sul no fim do primeiro mandato dois anos depois de decidir abandonar a liderança do Congresso Nacional Africano (ANC), que transformou num farol da luta de libertação do seu país. Na sombra, manteve uma actividade pública, por vezes próxima da política. Estávamos em 1999.
Cinco anos depois, com 86 anos, anunciou brincando que ia “reformar-se da reforma”. Era a sua maneira de dizer que desta vez era mesmo de verdade. “Não me telefonem, eu telefono-vos”, disse na altura num encontro com jornalistas. “Não lhe telefonámos”, escreveu o jornalista Ido Lekota em 2010 no jornal The Sowetan, “mas a sua figura ‘maior do que a vida’ continua a pairar sobre a nossa democracia e o panorama político [da África do Sul].”
Hoje, três anos depois, Ido Lekota continuaria provavelmente a escrever o mesmo do líder da luta anti-apartheid, preso durante 27 anos por lutar contra o regime segregacionista da África do Sul, que foi prémio Nobel da Paz (com Frederik de Klerk) em 1993 e primeiro Presidente negro da África do Sul eleito um ano depois. “O estadista mais amado” do mundo, como se lhe referiu em tempos o New York Times, esteve internado este ano, com uma infecção pulmonar, como o foi várias vezes nos últimos dois anos. Deixa uma obra completa: um país que imaginou e criou a partir de um ideal.
Advogado, líder da luta anti-apartheid, defensor do uso de armas em nome de uma luta igual com o opressor, Nelson Rolihlahla Mandela conseguiu ter do seu lado pacifistas como o arcebispo Desmond Tutu, que foi Nobel da Paz antes dele, em 1984, e que, quando Mandela esteve internado, rezou pelo “conforto e dignidade” daquele que considera ser “o ícone mundial da reconciliação”. Também foi o arcebispo Desmond Tutu quem disse, num dos últimos aniversários de Mandela, a 18 de Julho, que a melhor prenda que ele podia receber era que as pessoas fossem como ele, era saber que as pessoas seguiriam o seu exemplo.
De pessoa revoltada a magnânima
Tutu previu ser este um momento “traumático” para a África do Sul, o da perda de Mandela, figura que descreveu como “um ser humano fantástico”, numa entrevista em Junho de 2012 ao PÚBLICO, em Lisboa.
“Quando vai para a prisão, é uma pessoa zangada, revoltada, que acredita na violência como meio de conquistar a liberdade. E, quando sai, emerge como uma pessoa extraordinariamente magnânima. O sofrimento por que passou ajudou-o a suavizar a sua posição. (…) Ele acreditava convictamente que se é líder pelas pessoas que são lideradas e não em benefício próprio. Fomos incrivelmente abençoados por termos Madiba [Mandela] aos comandos, num momento histórico para o nosso país. (…).”
Pelo menos até ao fim de 2010, o ex-Presidente sul-africano continuava, todos os meses, a receber quatro mil mensagens do mundo inteiro. Algumas com uma homenagem, outras a desejarem-lhe uma reforma tranquila e feliz, segundo a Fundação Nelson Mandela, em Dezembro de 2010, que, na declaração também recebida pelo PÚBLICO, juntou um pedido a todos para se coibirem de pedir autógrafos, declarações, entrevistas ou aparições públicas em apoio a algum evento, de forma a “ajudar a tornar a reforma de Madiba um período de paz e tranquilidade”.
Seguiram-se meses e anos difíceis em que a sua saúde se deteriorou. E durante esta última permanência no hospital, à porta da sua casa em Joanesburgo e do hospital em Pretória, muitas flores foram deixadas com mensagens a desejar as melhoras ou a dizer: “Tata Madiba: Graças a ti, temos orgulho em ser sul-africanos.” Ou com promessas: “Prometemos viver em paz e harmonia.”
Descendente do rei thembu
O desejo de Mandela, expresso na autobiografia Longo Caminho para a Liberdade, era ser enterrado junto dos seus antepassados em Qunu, no Transkei, província do Cabo Oriental, onde nasceu em 1918, e foi educado para ser, como o pai falecido, conselheiro do rei thembu, Jongintaba Dalindyebo.
Era descendente de Ngubengcuka, que tinha antes sido o rei dos thembu, incluídos no mais vasto grupo linguístico dos xhosa. Mandela descreve o rei, que foi seu pai adoptivo e do qual teria sido conselheiro, se não tivesse partido para Joanesburgo, como “um homem tolerante e esclarecido que tinha alcançado o objectivo [que caracteriza] todos os grandes líderes: manter o seu povo unido”.
Este “grande líder” acolhera Mandela com nove anos, após a morte do pai que, anos antes, ficara desapossado de tudo por desafiar um representante da administração britânica. A mãe, sem condições para o criar, entregou-o ao rei. Mandela aprendeu a escutar os anciãos.
Os vários nomes de Mandela
Mandela é muitas vezes chamado, na África do Sul, por "Tata", que significa "pai", ou por "khulu" que é "grandioso" – ambos na língua xhosa. Mas Mandela é sobretudo referido, em sinal de respeito, por "Madiba" – nome de um chefe thembu que reinou no Transkei no século XVIII, o nome do clã de Mandela que é mais importante do que o apelido.
Na clandestinidade, a partir de 1961, vestiu a pele de um David Motsamayi; disfarçou-se várias vezes de motorista, cozinheiro, jardineiro.
Não foi conselheiro, nem rei, mas a sua educação de aristocrata, os estudos de advocacia, o carisma e dedicação à luta anti-apartheid fizeram dele o líder inquestionável do ANC e principal ícone da libertação da África do Sul. Não aceitou ser libertado da prisão, enquanto não fossem instituídos o fim do apartheid e o fim da proibição do ANC, o levantamento do estado de emergência e a libertação dos outros presos políticos.
“Eu prezo muito a minha liberdade, mas prezo ainda mais a vossa”, escreveu num discurso lido pela filha Zindzi, num comício no Soweto, em 1985, dirigido aos africanos e membros do ANC.
Recolhimento nacional
Também por isso, a morte de Mandela é “uma perda tremenda para o país”, disse Ray Hartley, director do jornal sul-africano The Times numa entrevista ao PÚBLICO. “A África do Sul perderá aquele sentimento reconfortante de que existia este grande unificador”, disse, embora prevendo que "os processos políticos não serão afectados pelo seu desaparecimento.”
Também em entrevista, Thierry Vircoulon, investigador associado do Institut Français des Relations Internationales e co-autor de L’Afrique du Sud de Jacob Zuma (L’Harmattan), considerou que “a África do Sul vai entrar num momento de recolhimento nacional”. E realçou: “A nova África do Sul não vai desaparecer com ele, precisamente porque ele fez um excelente trabalho enquanto pai fundador dessa nova África do Sul.”
Os seus actos são frequentemente lembrados como exemplo para outros. As suas palavras ressoarão durante muito tempo como lições de vida.
Frederik W. de Klerk, ex-líder do Partido Nacional, fala do líder que confrontou em duras negociações e com quem partilhou o Prémio Nobel da Paz 1993, numa entrevista a propósito do livro Conversations with Myself , também lançado em Portugal, em 2010, com o título Nelson Mandela – Arquivo Íntimo (Editora Objectiva), e que junta notas pessoais, cartas e diários de Mandela escritos antes e depois da saída da prisão: “Independentemente de qualquer crítica que possamos fazer, o homem que emerge de Conversations with Myself é uma eminente figura não só na história da África do Sul, mas na história do século XX. Ele foi Presidente para desempenhar um papel exemplar na unificação e reconciliação do povo profundamente dividido da África do Sul”, disse aquele que foi o último Presidente branco da África do Sul (1989-1994).
Muitas vezes, admite na autobiografia Um Longo Caminho para a Liberdade, Mandela se questionou sobre o sofrimento que infligira à família durante a clandestinidade e nos anos na prisão de onde só saiu com 72 anos.
Já em liberdade, numa entrevista à revista norte-americana Time em Fevereiro de 1990, disse acreditar no valor da dedicação quase exclusiva à luta: “Sim, valeu a pena. Ser preso por causa das nossas convicções e estar preparado para sofrer por aquilo em que se acredita vale a pena. É uma conquista para um homem cumprir o seu dever na terra independentemente das consequências.”
O difícil equilíbrio, nunca alcançado, entre a dedicação à família, por um lado, e à causa política da libertação, por outro, acompanhou-o durante a vida e é algo presente nas suas memórias do Arquivo Íntimo. Porém, aceitou-o da mesma forma que aceitou defender o recurso às armas como imprescindível para o sucesso da luta.
Em defesa das armas
“Nunca irei lamentar a decisão que tomei em 1961, mas gostaria que um dia a minha consciência estivesse tranquila”, disse referindo-se à decisão tomada nesse ano de passar à clandestinidade e formar o MK (Umkhonto we Sizwe – A lança da nação) de que foi primeiro comandante-chefe e que se tornou a ala militar do ANC. Viria a ser condenado a prisão perpétua em 1964 por sabotagem e conspiração.
Passou 18 anos na prisão de alta segurança de Robben Island. Esteve depois na prisão de Pollsmoor, e já no final foi transferido para a cadeia de Victor Verster perto da Cidade do Cabo.
Nos 23 anos que viveu depois de libertado, concluiu a missão, iniciada ainda na cadeia, de negociar o fim do apartheid com o Governo do Partido Nacionalista e foi eleito primeiro Presidente negro da África do Sul. Depois de terminado o mandato de cinco anos, retirou-se da política e passou a dedicar-se, através da fundação com o seu nome, a uma nova causa – o combate e a prevenção da sida – à qual se sentia especialmente ligado.
Em 2005, a morte do filho Makgatho, vítima de sida, levou Mandela a uma rara intervenção pública desde que deixara a vida política em 1999. Lançou um apelo ao fim do tabu, para que se falasse desta como de qualquer outra doença, por considerar que só assim a sida deixaria de ser fatal.
Já antes, quando estava preso, tinha perdido o filho mais velho Thembekile, num desastre de automóvel, em 1969, e uma filha pequena ainda bebé, Makawize, ambos do primeiro casamento com Evelyn Mase, de quem se divorciou em 1957.
Um ano depois conheceu e casou-se com Winnie Mandela, de quem teve duas filhas. Quando a viu pela primeira vez, “soube que a ia amar”, escreve na autobiografia. Durante os anos em que esteve preso, é a sua confidente e, durante muito tempo, quem melhor o compreende. A política, os métodos utilizados ou o rumo defendido para a luta acabam por separá-los. Mandela opta pelo divórcio em 1996.
Dos seis filhos que teve, acompanharam-no até ao fim as três filhas: Zindzi, Zenani e Makawize. E Graça Machel, com quem se casou dois anos depois do divórcio com Winnie, a 18 de Julho de 1998, no dia do 80.º aniversário.
Quando Mandela esteve esta última vez no hospital, Graça Machel agradeceu emocionada as muitas mensagens a desejar as melhoras do ex-Presidente vindas da África do Sul, do continente e do resto do mundo. Nessa mensagem pública e universal, Graça Machel dizia estar reconhecida a todos os que tinham, com isso, “feito uma diferença, na recuperação” de Mandela numa alusão às palavras do próprio: “O que conta na vida não é o facto de termos vivido. É a diferença que fizemos para a vida dos outros.”

Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia/morreu-nelson-mandela-1597047#/0

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

MAIS UM ANIVERSÁRIO DA INDEPENDENCIA ANGOLANA DIA 11.11.1975





quinta-feira, 17 de outubro de 2013

PROVA DO PROFESSOR AS PORTAS

QUE OS ESTUDANTES PREPAREM-SE PARA AS PROVAS QUE ESTAO JÁ AS PORTAS. BOM TRABALHO E SUCESSOS

EXPOSIÇÃO DO TRÁFICO


O TRÁFICO A HISTÓRIA MAIS TRISTE DO CONTINENTE AFRICANO: Jony Culo

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

OS IMBANGALA



IMBANGALA

O Imbangala ou Mbangala eram 17 grupos de guerreiros angolanos e saqueadores que fundaram o Reino Kasanje século .

1 Origens da Imbangala
2 Imbangala Inititation and Customs
3 Armas e Táticas Imbangala
4 Imbangala eo Português
5 Mais tarde, o destino
6 Referências
7 Ligações externas

Origens da Imbangala

O Imbangala eram pessoas , possivelmente da África Central , que apareceram em cena em Angola durante o início do século 17 . As origens das pessoas ainda são debatidas . É geralmente acordado que eles não eram os mesmos Jagas que atacaram o Reino do Congo durante o reinado de Alvaro I.

Na década de 1960 , foi proposto que as tradições orais do Império Lunda sugeriu que ambos os grupos de saqueadores Jaga originado no Império Lunda e fugiram durante o século 17 . Outra teoria é que o Imbangala eram um povo locais do sul da Angola originários do Planalto do Bié ou as regiões costeiras a oeste das Highlands.

A primeira conta testemunho da Imbangala , escrito por um marinheiro Inglês chamado Andrew Battell , que viveu com eles por 16 meses , em torno de 1600-1601 , os coloca firmemente nas regiões costeiras e planaltos de Angola moderna , ao sul do rio Kwanza . Seus líderes Battell disse que eles tinham vindo de um lugar chamado " Elembe " e que tinha se originado a partir de uma "página" no seu exército . A história de Battell foi publicado por Samuel Purchas parcialmente em 1614 e totalmente em 1625.

O Imbangala eram uma sociedade totalmente militarizada baseada inteiramente em ritos de iniciação , em oposição aos ritos habituais de parentesco da maioria dos grupos étnicos africanos . Para manter o parentesco de substituir iniciação, todas as crianças nascidas dentro de um kilombo foram mortos. As mulheres foram autorizados a deixar o kilombo ter seus filhos, mas quando eles voltaram a criança não era considerada uma Imbangala até sofrer iniciação. Em quase espartano -like programa , as crianças foram treinados diariamente em grupo e combate individual. Durante o treinamento eles usavam um colar que não pôde ser removido , mesmo após o início , até que tinha matado um homem no campo de batalha . Além dos rituais de infanticídio , o Imbangala se cobriram com pomada chamada maji um samba acreditava conferir invulnerabliity enquanto o soldado seguiu rigoroso conjunto de códigos yijila . O yijila necessário o infanticídio , canibalismo e uma ausência absoluta de covardia. [1]

Imbangala Armas e Táticas

Imbangala guerreiros eram conhecidos como nugnza (singular: gonzo ) e foram divididos em doze esquadrões , cada um liderado por um capitão chamado musungo . Estes doze esquadrões eram parte de um kilombo , uma cidade fortificada temporariamente cercada por uma paliçada de madeira. Cada kilombo tinha doze portas para os doze esquadrões que formavam a força de combate total. [1] O exército Imbangala entrou em campo aberto ou em qualquer campo de batalha longe de suas fortificações em uma formação de três pinos não unsimilar do famoso touro Zulu e formação de chifres. O Imbangala atacou com um chifre direito ( mutanda ) , deixou chifre ( Muya ) e vanguarda ( muta ita ) no centro. Ao contrário do Zulu , o Imbangala lutou com as mesmas armas que seus inimigos, incluindo arcos, facas e espadas . Sua principal arma era o clube guerra ou machado. [1]

Imbangala e o Português

O Português teve um interesse na Imbangala sobre o tempo que Battell primeiro viveu com eles. Battell foi para seu país em companhia de comerciantes portugueses que estavam comprando seus prisioneiros de guerra para vender como escravos. Na época de seu contato, o Imbangala estavam agindo como saqueadores cujo principal interesse parecia ser saquear o país, especialmente para a obtenção de grandes quantidades de vinho de palma , que produzido por um método desperdício de cortar a árvore para baixo e tocando sua fermentado conteúdos mais alguns meses . O Imbangala não permitir que os membros do sexo feminino para dar à luz, supostamente expondo todas as crianças nascidas em seu kilombo (Português quilombo ) ou acampamento armado. Em vez disso, eles reabastecido seus números através da captura de adolescentes e forçando-os a servir em seu exército . Nos métodos que lembram moderno recrutamento criança-soldado , os jovens cativos eram muitas vezes obrigados a matar e comer pessoas , consumir álcool considerável e não poderia ser admitido como membro pleno , até que tivesse matado um inimigo em combate. Canibalismo ritual sacrifício humano e tortura foram os temas abordados no que observadores do século XVII chamado de "leis quixilla " (do Kimbundu kixila ou proibição ) pelo qual o Imbangala foram ditas para viver.

Sua capacidade militar e crueldade fez apelo aos colonos portugueses em Angola que tinha sido travada a uma paralisação em sua guerra contra o reino de Ndongo angolano durante o primeiro período de domínio colonial ( 1575-1599 ) . Apesar do desgosto professado em seus costumes , os governadores portugueses de Luanda , por vezes, contratou o Imbangala para suas campanhas , começando com Bento Banha Cardoso , em 1615 , mas principalmente após 1618 assalto Luis Mendes de Vasconcelos em Ndongo . Mendes de Vasconcelos operado com três faixas de Imbangala mas logo descobriram que não foram disciplinados o suficiente para servir o Português . A banda de Kasanje em particular, se conseguiu libertar do controle Português e começaram uma longa campanha de pilhagem que, eventualmente, os estabeleceu na Baixa de Cassange região de Angola moderna ao longo do rio Cuango . Esta banda viria a ser o moderno etnia angolana que a própria Imbangala (e deixou os costumes militantes de seus antecessores no final do século XVII ) chama .

Outra banda , Kaza , na verdade juntou Ndongo e se opôs ao Português , mas que acabaria por trair a rainha do Ndongo Njinga Mbande , em 1629 , frustrando assim que a tentativa de rainha para preservar a independência do Ndongo partir de uma base em ilhas do rio Kwanza . Depois de curta duração tentativa de Njinga para se juntar com Kasanje em 1629-1630 , ela foi para Matamba e lá formou sua própria banda Imbangala (ou se juntou com outro ), liderado por um homem conhecido apenas como " Njinga Mona " ( filho de Njinga ) . Embora relatado para ser um Imbangala -se (supostamente tomar um rito de iniciação que envolveu batendo um bebê em um almofariz de grãos ) , Njinga provavelmente nunca se tornou realmente um.

Mais tarde, o destino

Outras bandas foram integrados no Exército Português servindo como soldados auxiliares , com seus comandantes e acantonados no território Português . No início do século XVII foi passando, essas e outras bandas ou foram aniquilados por um ou outro dos estados políticos, como o formado por Njinga em Matamba . Um grupo de malfeitores Imbangala criar raízes e formou o Reino Kasanje . Sul do Kwanza na pátria original do Imbangala , eles continuaram operando tanto quanto antes para pelo menos mais meio século, mas até lá eles gradualmente formaram parcerias com entidades políticas existentes, como Bihé ( Viye ) , Huambo ( Wambu ) ou Bailundu ( Mbailundu ) . Em todas essas áreas , os seus costumes tendem a moderar no século XVIII , o canibalismo era restrito ao ritual e às vezes só para ocasiões simbólicas (por exemplo, os grupos Imbangala século XIX, no planalto central ainda praticavam um ritual conhecido como "comer o velho " ) .

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O FIM DA GUERRA: O MEMORANDO DE ENTENDIMENTO DE LUENA



A 22 de Fevereiro de 2002 o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Jonas Savimbi, foi morto por forças militares do governo e, em breve, as imagens televisivas do seu cadáver eram transmitidas em todo o mundo.

O esforço militar do governo para derrotar a UNITA reclamara a sua vítima mais preciosa. Tendo resistido a crescentes pedidos domésticos e internacionais para novas conversações com a UNITA, o governo encontrava-se numa encruzilhada, aparentemente numa posição forte, em que poderia escolher se queria tentar forçar a UNITA a uma rendição total ou iniciar algum tipo de conversações de paz. A UNITA, fracturada e hesitante, enfrentava escolhas ainda mais difíceis. Este artigo analisa como as partes responderam à oportunidade oferecida para terminarem a guerra, e interroga a forma como as decisões que conduziram à assinatura do Memorando de Luena em 4 de Abril podem ter moldado o futuro de Angola.

Passos para as conversações

Três dias após a morte de Savimbi, enquanto as operações militares prosseguiam em Angola, o Presidente Dos Santos esteve em Lisboa para discutir a situação com o governo português. Aí, ele fez uma declaração pública indicando que o próximo passo seria um cessar-fogo, antes de viajar para Washington, onde se encontraria com o Presidente George W. Bush e outros altos funcionários dos EUA e, depois, com Ibrahim Gambari, Sub-Secretário da ONU para os Assuntos Africanos. A 2 de Março, o governo confirmou que contactaria a UNITA para preparar o terreno para um cessar-fogo.

As informações iniciais, a seguir à morte de Savimbi, sugeriram que a UNITA estava determinada a continuar a combater, mas a sensação de derrota iminente aprofundou-se com a notícia da morte do Vice-Presidente António Dembo. Surgiram rumores de que ele fora morto por companheiros da UNITA, porque, não sendo ele ovimbundu, seria uma escolha inaceitável para líder, mas outras informações afirmavam que ela era diabético e tinha perdido os medicamentos. O Secretário-Geral da UNITA, General Paulo Lukamba "Gato", alegadamente da linha dura, tornou-se no líder de facto, no seu papel de 'coordenador' da recém-formada Comissão de Gestão.

Seguiram-se contactos discretos entre os partidos beligerantes, e deu-se um avanço público a 13 de Março, quando o governo declarou uma cessação unilateral das movimentações militares ofensivas e apresentou um 'plano de paz' (ver Textos de base e acordos). Este plano exigia a resolução dos assuntos militares pendentes em conformidade com os Acordos de Bicesse e o Protocolo de Lusaka, a desmilitarização e reintegração da UNITA na vida política, e uma amnistia de todos os crimes cometidos no âmbito do conflito armado. Havia também o compromisso em trabalhar, durante o processo, com toda a sociedade, especialmente as igrejas, partidos políticos, e grupos da sociedade civil. O plano foi considerado surpreendente, mas foi, em geral, bem recebido. A Assembleia Nacional não foi consultada nem envolvida. O Representante do Secretário-Geral da ONU em Angola, Mussagy Jeichande, exprimiu satisfação com o plano de paz, considerando-o "conciliatório". Os bispos católicos receberam com agrado "a linguagem e o gesto benevolentes" do governo, e a comunicação social independente também reagiu com agrado.

O problema da UNITA

A iniciativa parecia ter impulsionado as perspectivas de um acordo. Contudo, havia que lidar com mais do que uma UNITA. Nominalmente, a abordagem do governo era uma política dupla que envolvia a discussão dos assuntos militares com os comandantes da UNITA no mato, e dos assuntos políticos com a UNITA-Renovada, uma facção do movimento rebelde que há muito reconhecia como sendo a UNITA legítima. Contudo, a UNITA-R, que era largamente vista como um grupo de marionetas que tinha sido integrado no Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN), tinha pouca legitimidade junto dos membros da organização no mato, dos representantes da UNITA no estrangeiro e dos outros deputados. Na prática, a ausência de uma UNITA coerente e unificada representava uma oportunidade para o governo limitar qualquer acordo a um acordo estritamente militar, com os seus congéneres militares, deixando os assuntos políticos em suspenso.

Um comunicado da UNITA-R anunciou a criação de uma comissão para a reunificação do partido, mas isto foi pouco mais do que uma postura. Entretanto, havia uma séria divisão entre a Comissão de Gestão da UNITA no mato e a sua ala no exterior. Enquanto o governo reconhecia a liderança militar da UNITA como sua parceira de negociações, muitos no partido receavam que esta era pouco mais do que prisioneira, tendo como única escolha assinar uma rendição disfarçada de acordo de paz. 46 dos 70 deputados da UNITA emitiram uma declaração apoiando a ala externa como o único organismo com legitimidade suficiente para representar o movimento junto da ONU, para que se pudesse concluir o processo de paz.

O público em geral também começou a exprimir reservas sobre a natureza das negociações iminentes. Houve pedidos para que jornalistas e activistas da sociedade civil, nacionais e estrangeiros, tivessem acesso às negociações e aos membros da UNITA nelas envolvidas, ou, pelo menos, para que houvesse observadores da ONU ou da Troika, para aumentar a credibilidade. Três dias após o anúncio do plano de paz do governo, a Associação Cívica Angolana (ACA) pediu numa carta aberta a elaboração de um plano que não fosse meramente um acordo militar e para acomodar a UNITA, mas que lidasse com os problemas do país na fase de transição para a democracia.

Um porta-voz governamental respondeu que a presença de terceiros, tais como a igreja ou a ONU, seria confusa nessa fase, mas deixou aberta a possibilidade de um envolvimento posterior. Falando pela Comissão de Gestão da UNITA, o General Dachala apoiou esta posição.

Conversações preliminares em Cassamba

Conversações preliminares entre as FAA e os generais da UNITA começaram a 15 de Março na vila de Cassamba, na província do Moxico. Um jornal revelou que o General das FAA "Implacável" teve uma reunião exploratória de dois dias com Gato, na base da UNITA no Moxico, mas foi o General Samuel Chiwale que liderou a delegação da UNITA nas conversações. Facto importante, um antigo General da UNITA, que mudara de lado em 1993, e liderara operações militares recentes, Geraldo Sachipenda Nunda (Chefe de Estado-Maior Adjunto das FAA) liderou a delegação do governo nas conversações preliminares. Alegadamente, ele foi capaz de estabelecer uma boa relação com os seus antigos colegas.

O governou caracterizou a situação como sendo de resolução de assuntos militares técnicos. Os dois lados concordaram que as FAA seriam responsáveis pela organização e provisão de todos os meios logísticos e técnicos necessários para as conversações, incluindo o transporte de delegados da UNITA para o local. Foi acordado que a capital provincial, Luena, a cidade com instalações do governo mais próxima do campo de batalha, seria um local prático para acolher mais negociações. As perspectivas para a cessação definitiva das hostilidades pareciam promissoras. O General Nunda das FAA e o Chefe de Estado-Maior da UNITA, General Abreu "Kamorteiro", assinaram um 'pré-acordo' de cessar-fogo em Cassamba, a 18 de Março. Continuaram a aparecer relatos de combates em diversas partes do país, mas o governo minimizou a sua importância, insistindo que se deviam apenas a 'falhas de comunicação' com os combatentes no terreno.

Contudo, nesta altura, a ala militar da UNITA não tinha ainda conseguido que os restantes elementos dispares da UNITA alinhassem. A ala externa da UNITA não estava preparada para permanecer na penumbra. Um membro da ala externa em Lisboa, Carlos Morgado, afirmou, pouco depois das conversações de Cassamba terem começado, que estas eram "uma farsa. ... Que todo o cenário... se destinava a ser vendido à comunidade internacional, como se um acordo estivesse iminente." Ele disse que os representantes da UNITA nas conversações eram prisioneiros e não compareceram voluntariamente às conversações. Fontes da UNITA em Portugal informaram também que o representante da UNITA em Paris, Isaías Samakuva, tinha sido eleito líder interino da UNITA.

Aparentemente, Samakuva deu um passo conciliador a 18 de Março, quando apelou às igrejas, sociedade civil e partidos da oposição, que garantissem uma paz digna e pediu ao governo uma clarificação sobre o estatuto de Gato e de outros generais da UNITA que negociavam com as FAA. Após uma longa conversa telefónica com Gato, Samakuva admitiu ter mais confiança na seriedade das conversações, apesar de se ter queixado de que a UNITA não tinha meios de comunicação entre os seus elementos no interior e no exterior.

Os elementos da organização sedeados na Europa acabaram por emitir uma declaração exprimindo o seu apoio total à liderança do General Gato e dando à equipa negociadora um mandato mais claro para chegar a um acordo. A 25 de Março, 55 dos 70 deputados sedeados em Luanda apoiaram uma declaração de apoio total a Gato e à sua Comissão de Gestão – sendo os outros 15 seguidores de Eugénio Manuvakola, da UNITA-Renovada.

Progressos no Luena

A segunda ronda de conversações começou a 20 de Março, no Luena. Ambos os lados estavam confiantes de que a paz estava ao seu alcance. Kamorteiro disse "muitos políticos usaram a mesma expressão, mas eu não sou político, sou soldado, por isso quando falo de paz é a sério."

A equipa da UNITA incluía os principais generais e, desta vez, era chefiada por Marcial Dachala, Secretário da Informação, e Alcides Sakala, Secretário dos Assuntos Exteriores (ambos anteriormente dados como mortos). Gato, mais uma vez, esteve ausente, mas mais tarde afirmou que a equipa negociadora da UNITA esteve em contacto regular com ele na sua base algures no Moxico, para conciliarem posições.

Durante as conversações, os serviços noticiosos do governo relataram um ambiente muito bom entre os negociadores, com os membros da delegação da UNITA em conversas livres e amigáveis com os seus parceiros das FAA e com elementos do público. Kamorteiro foi, alegadamente, visto a guiar abertamente o seu jipe pelas ruas de Luena, e os seus colegas foram vistos em discotecas e clubes nocturnos da cidade.

A 23 de Março, os comandantes regionais militares das FAA juntaram-se às conversações e, a 25 de Março, as conversações foram suspensas para consultas. Ainda havia algum nervosismo oriundo do exterior. A 'missão no exterior' pediu ao governo para alterar o local das conversações para um sítio de acesso mais fácil para a imprensa e outros observadores (ou seja, Luanda), e com maiores possibilidades de supervisão da ONU e da Troika, tal como previsto no Protocolo de Lusaka.

As conversações foram dominadas pelos aspectos técnicos de um cessar-fogo e pela definição detalhada de todos os aspectos relacionados com o aquartelamento e desmobilização das forças da UNITA. Uma Comissão Militar Mista (CMM) foi formada, tendo a ONU e a Troika com estatuto de observadores, e também um grupo técnico consistindo de peritos militares das FAA e UNITA e de representantes da ONU e Troika. De acordo com o seu estatuto de negociações militares, os assuntos políticos, tais como o papel dos líderes da UNITA nas estruturas do estado e do governo, assentos parlamentares vagos, e questões de longo prazo como eleições e a constituição, foram deixadas para mais tarde.

O acordo militar foi assinado a 30 de Março, abrindo caminho para a assinatura oficial a 4 de Abril. Esperava-se que Gato assinasse pela UNITA, mas ele não compareceu. No início, foi dito aos jornalistas no Luena que o helicóptero que o fora buscar não podia aterrar devido à chuva forte. Quando o helicóptero chegou, transportava o antigo Comandante Geral da UNITA, General Samuel Chiwale, que declarou que Gato "tinha demasiado trabalho" para poder estar presente. Chiwale garantiu aos repórteres que o General Gato estaria presente na cerimónia, em Luanda, na quinta-feira, 4 de Abril, que seria testemunhada por Gambari e os embaixadores da Troika. Nesse dia, os dois Comandantes-em-Chefe (Da Cruz Neto e Kamorteiro) assinaram o Memorando. Afastando quaisquer receios de um descarte à Savimbi do acordo, Gato compareceu e foi recebido por Dos Santos após a cerimónia.

A sensação de que o Memorando de Luena fora um pacto entre dois partidos, excluindo outras forças políticas, permaneceu. Apesar do seu sucesso em terminar com a guerra, e apesar das palavras amigáveis do plano de paz, as outras forças políticas e sociais foram deixadas de fora. A 3 de Abril, na véspera da cerimónia de assinatura, o Presidente Dos Santos fez um discurso ao país sobre o perdão, a reconciliação nacional, a reconstrução, e os cuidados com os desfavorecidos. Em resposta, o líder da Frente Nacional pela Libertação de Angola (FNLA), Holden Roberto – o único líder sobrevivente dos três movimentos de libertação originais – pediu que uma comissão preparasse "um diálogo nacional sem exclusões" para garantir a transição pacífica para a democracia e a reconstrução nacional.

As provisões acordadas para a amnistia aumentaram a sensação de um pacto exclusivo de dois partidos. A UNITA e as FAA receberam do parlamento uma amnistia total, aprovada unanimemente dias antes da assinatura. Foi a primeira vez que uma proposta foi aprovada unanimemente pela Assembleia, mas a reacção dos observadores foi menos entusiasta. A 11 de Abril, Gambari encontrou-se com Gato e reiterou que a ONU não reconheceria a amnistia, uma vez que os crimes de guerra teriam de ser julgados. A amnistia também foi questionada por 63 partidos políticos mais pequenos numa carta ao Presidente. Gato (e até Holden Roberto) consideraram a intervenção de Gambari indesejável e potencialmente destabilizadora do ambiente optimista reinante.

A nova era

O Memorando de Luena marcou o fim da guerra. Seguiu-se um período de maior contacto entre os dois partidos. A seguir à primeira reunião da CMM, logo após a assinatura, Nunda informou que não houvera violações do cessar-fogo. Membros da CMM e do grupo técnico foram apresentados à imprensa, e o contingente da UNITA confirmou essas informações. A CMM acabou por ser considerada inadequada para completar todas as tarefas, para além das de natureza militar, e assim a Comissão Mista de Lusaka foi ressuscitada durante alguns meses no final de 2002, sendo desactivada em Novembro, após o que a ONU levantou as últimas sanções à UNITA.

Apesar da UNITA ter entrado nas conversações dividida, o caminho para a sua reunificação enquanto partido político coerente estava a tornar-se claro. A delegação da UNITA que chegou à capital para a assinatura formal encontrou-se com o líder da UNITA-R, Manuvakola, que se comprometeu publicamente a não interferir nas conversações, para, alegadamente, permitir que "a UNITA representasse a UNITA". Nos meses seguintes a UNITA encaminhou-se para a reunificação.

Apesar de alguns acharem que é uma afirmação duvidosa, no dia anterior ao cessar-fogo ser assinado Gato avisou que "a guerra poderia ter continuado". Não é possível saber se tinha razão, mas as razões para negociar foram irresistíveis. Os acontecimentos posteriores a Fevereiro de 2002 podem ser vistos como a sequência lógica de uma campanha militar, em que ambos os lados tinham algo a ganhar com a negociação e o fim da actividade militar. A contenção do governo, não declarando abertamente a vitória, foi sensata. O decurso dos acontecimentos pode ser interpretado como uma série de manobras hábeis do governo do Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA), que conseguiu transmitir a ideia de uma conclusão conciliatória da guerra, sem conceder qualquer poder.

A questão para Angola é saber o que poderia ter acontecido se o processo tivesse sido definido em termos mais vastos – como uma oportunidade, não só para acabar com as hostilidades militares de forma negociada, mas para abrir o processo a uma renovação política mais vasta – através de consultas aos partidos políticos não armados e à sociedade civil. Teriam estas fundações sido melhores para uma democratização e reconciliação mais profundas, que pudessem resolver com maior sucesso os problemas fundamentais de Angola? Dadas as estruturas de poder, este tipo de abertura nunca foi uma hipótese real, mas poderá ser Angola a perder por tal processo nunca ter sido levado a cabo.

Fonte: www.mpdaangola.com

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

FOTOS DAS PINTURAS RUPESTRES LOCALIDADE DO CARACULO | NAMIBE






















sábado, 17 de agosto de 2013

JORNADAS CIENTIFICAS | 09. 09. 2013


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

BREMENTE A EXPOSIÇÃO SOBRE O TRÁFICO NEGREIRO EM ÁFRICA





quinta-feira, 25 de abril de 2013

TRABALHO DE DEFESA DE TESE "AS REVOLTAS ARMADAS DE 1961"


AS REVOLTAS ARMADAS DE 1961
Não sou para Angola como para muitos países de África, o ano de 1960 será o baluarte das grandes revoltas contra os seus colonizadores, pois estes achavam que o momento de opressão e maus tratos estavam a chegar ao seu final, e que os povos africanos necessitavam de serem livres e independentes dentro da sua terra.
«Vós, brancos, vós sois estrangeiros no nosso país,
Vós trouxestes a escravatura e a exploração no nosso país;
Agora, deixai o nosso país.
Eu combaterei, eu combaterei o nosso inimigo,
Eu combaterei o nosso inimigo
Até que o nosso país seja livre.
E vós, traidores que nos vendeis
Ao opressor branco,
Vós deveis saber
Que expulsaremos o opressor branco
Deste país,
Então, haveis de pagar
Os vossos actos de traição
Com a vossa vida.»
(William R. Ochieng e Karim K. Janmohamed, “Some Perspectives on the Mau – Mau Movement”, Kenia Historical Review, vol. 5, nº 2, 1977, pp. 308-309, Citado por (M’Bokolo, 2007:540-541).  

Veremos que o ano de 1960, muitos países africanos alcançaram a sua autonomia absoluta contra os colonizadores tanto nas colónias francesa, belga e inglesa. Enquanto a França, Inglaterra concedia independência as suas colónias Portugal intensificava a colonização em territórios africanos, pois que este não gozava de uma economia saudável, então via as suas colónias como fonte das suas economias.
Em Angola o ano de 1961 muito sangue foi derramado, pois que este é o ano em que muitos consideram como o período dos chamados “ajustes” este ano é apontado como o coração do confronto contra os senhores que colonizavam Angola.
«O ano de 1961 foi de ajustes de contas em Angola, o ponto central da história da luta anticolonial angolana» (Pélissier, 2009: 249).    
Com todos esses movimentos e acontecimentos que a África estava a viver acendia – se para os africanos uma luz no fundo do túnel para o alcance da liberdade que nunca se concretizava mais que estava cada vez mais próxima de se alcançar, enquanto os colonos portugueses em Angola ainda viviam os seus sonhos de tranquilidade. Mais este é o período também que acaba com o sossego da autoridade colonial portuguesa. Para os angolanos é um ano de novos desafios e de muita coragem para poderem tornar realidade o alcance da sua autonomia e automaticamente a expulsão do colonizador.
O bom da verdade é que as autoridades coloniais não foram pegue de surpresa, pois que estes foram em muitos casos ignorando certos acontecimentos de insurreições que foram se dando em muitas regiões do norte de Angola como forma de manifestar o seu descontentamento contra os colonizadores portugueses, pode – se assim dizer que talvez o que lhes pegou desprevenido foi o terror do massacre racial na zona do norte de Angola visto que estes possuíam uma tal força e eram tão rápidos e sem piedade, que levou mesmo as autoridades colónias portuguesas a ver escapar por pouco a “jóia do império” Angola. Toda essa impiedade por parte dos angolanos baseava - se nos constantes e terríveis mal tratos efectuados pelos colonos portugueses contra os angolanos de forma injusta e sem piedade.  
OBS: O trabalho esta incompleto em breve colocaremos todo o trabalho.

MATÉRIA DE HISTÓRIA DA 10ª CLASSE


TEMA I – A CIÊNCIA HISTÓRICA
1.1  CONCEITO E OBJECTO DE ESTUDO
Como ciência, a História nasce nos primórdios do século XIX, tornando assim uma ciência independente, possuindo métodos de investigação, métodos de análise e síntese, objecto de estudo, etc.
A palavra história tem como origem a cidade da Grécia Antiga, que em grego historiei, significa investigar.  
Entre os vários historiadores da antiga Grécia, vamos destacar Heródoto Halicarnasso (485 a.C. – 396 a. C) conhecido como o Pai da História, e posteriormente Tucídides (460 a.C – 700 a. C).  
Várias são as definições existentes sobre a História como ciência, não existe uma definição exacta.
Conceitos de História:
·         A História: é a narração científica e cronológica dos acontecimentos ou dos factos ocorridos no passado, num determinado espaço geográfico e num dado momento, em que os homens foram actores dominantes para o desenvolvimento ou retrocesso da humanidade.
·         A História: é a ciência que estuda o homem na sua evolução ao longo dos tempos e num espaço.
·         Segundo Marco Túlio Cícero, a «História é o testemunho dos tempos, a luz da verdade, a mestra da vida, a mensagem dos dias que não voltarão».
1.1.1 OBJECTO DE ESTUDO DA HISTÓRIA
Toda e qualquer ciência possuí um objecto de estudo, a História não foge a regra, também possui objecto de estudo:
·         Em primeiro lugar vamos encontrar o Homem como sendo a autor principal dos factos históricos;
·         O Tempo uns dos elementos primordial na ciência histórica;
·         O Espaço o lugar ou o local onde os factos ou os acontecimentos históricos se realizam;
·         A Sociedade, grupo de indivíduos organizados que vivem sobre base de normas, leis, etc., num determinado espaço geográfico. 
Estes vão constituir o objecto de estudo da História, mais não nos esqueçamos que o Homem é o objecto primordial da História.    
1.2  - A FUNÇÃO SOCIAL DA HISTÓRIA
A história cumpre uma função na formação do cidadão. Seu estudo ilumina as estruturas que impulsionaram o desenvolvimento dos povos e informa sobre as ideias que esses povos têm sobre seu desenvolvimento histórico. Permite, portanto, registrar a variedade de artefactos que imaginaram para armazenar, reter e difundir a memória do passado. A função social da História é de informar e formar o Homem para que possa evitar erros do passado viver de forma adequada o presente e projectar uma sociedade sã [1].
1.2.1     AS CORRENTES DA HISTÓRIA
Antes de mencionarmos as correntes da História, vamos em primeiro lugar enumerar as fases da evolução histórica:
1.    Fase Pré- Científicainclui toda a história grega, romana, cristã-medieval e a história do renascimento.
2.    Fase de Transiçãoé um periodo de passagem entre a fase Pré – científica e a fase Científica.
3.    Fase científica – é o periodo da História Moderna em pleno século XX, inclui toda a história da corrente positivista, o Historicismo e da História Nova. 
Não devemos esquecer do Renascimento que foi um movimento pertencente a fase Pré-científica. 
1.2.2     O renascimento
É um grande movimento de renovação das letras, das ciências e das artes a que se deu o nome de renascimento e que tinha como principal inspiração o antigo mundo greco-romano. Este movimento teve início em Itália por diversas razões, entre as quais porque Itália era constituída por vários estados independentes como Florença, Roma, Génova e Veneza que tinham um grande progresso económico por causa das relações com o Oriente e o Norte da Europa e também porque os dirigentes destes estados (papas, príncipes e burgueses) eram mecenas (ou seja, protegiam as pessoas ligadas ás artes e ás letras) e outro motivo é que Itália tinha muitos monumentos e obras literárias das antigas civilizações que serviam de inspiração aos artistas. O movimento renascentista espalhou-se por toda a Europa. Alguns dos renascentistas que mais se destacaram foram Maquiavel e Petrarca (em Itália) Erasmo de Roterdão (na Holanda), Shakespeare (em Inglaterra) e Camões (em Portugal). Durante a Idade Média (séc. V a XV) Deus era o principal objecto de reflexão do homem mas, a partir do século XV (com o renascimento), passou a debruçar-se mais sobre si próprio. O homem renascentista preocupava-se em desenvolver o corpo e o espírito e tinha grande interesse em saber um pouco de tudo (conhecimento enciclopédico). Esta nova corrente de pensamento chamava-se humanismo e um dos humanistas que mais se destacou foi Leonardo da Vinci que foi artista, engenheiro e cientista. Já na Antiguidade clássica, os escritores romanos e gregos refletirão sobre os problemas do homem.
As correntes da História
As principais correntes da História são:
1.    Positivismo:
2.    Marxismo
1.3.        METODOLOGIA DA ANÁLISE HISTÓRICA
Para se falar da Metodologia da Análise Histórica, em primeiro lugar teremos que definir as principais terminologias: Metodologia e Análise.
Metodologia: é o conjunto de métodos que viabilizam um determindo trabalho;
Análise: Separação ou desagregação das diversas partes constituintes de um todo; decomposição. (Vide Dicionários Aurélio).
Metodologia da Análise Histórica: é o conjunto de métodos que analisam as diversas partes do conhecimento histórico. (Vide Culo).  
Pode-se assim afirmar que, não se pode classificar as fontes históricas sem que, exista a Metodologia da Análise Histórica, visto que, entre elas existe uma relação.
Falar da Metodologia da Análise Historia leva-nos a abordar sobre as fontes históricas, já conhecidas por muitos:
Fontes Históricas: são todos os vestígios que testemunham a presença dos antigos homens me variados sítios, épocas. Estas fontes classificam-se:
1.    Fontes materiais – são todos os artefactos e construções da antiguidade deixadas pelos nossos antepassados.
Exemplo: utensilio doméstico, armas, esculturas, barcos moedas, etc.  
2.    Fontes escritas: são todos os documentos escritos deixados pelos nossos ancestrais em diferentes locais e épocas.
Exemplo: cartas, contratos, livros, leis, listas de impostos, etc.  
3.    Fontes orais: são narrativas transmitida oralmente de geração em geração, fazendo parte do modo de vida da comunidade.
Exemplo: as pessoas mais antigas das comunidades e que conhecem a historia da mesma (os Reis, Sobas, anciões, etc.).
Obs.: a tradição oral é mais usual em África e em localidades onde tomaram contacto com a escrita muito mais tarde, por isso é considerada a tradição oral como uma fonte muito importante para o continente africano, visto que ela é transmitida de geração em geração.       
A CRÍTICA HISTÓRICA
É considerado como crítica histórica o método histórico que distingui o documento verdadeiro do documento falso, é o método que verifica o que pode existir de falso num documento verdadeiro ou vice-versa.
A História faz-se com documentos e não só. Para o historiador distinguir o verdadeiro do falso deve seguir três passos importantes:
1.    Procurar e classificar as fontes;
2.    Verificá-las;      
3.    Compreendê-las.
A SÍNTESE HISTÓRICA
Pode-se definir a síntese Histórica como sendo o resumo do conteúdo histórico após o processo de análise. Assim pode-se dizer que, sem a análise não pode haver a síntese.
Os documentos e testemunhas, são os elementos fundamentais para dar corpo ao conhecimento histórico, mais estes devem ser submetidos a uma análise e posteriormente ao resumo ou síntese.  
1.4 – A PERIODIZAÇÃO, SEUS CRÍTERIOS E PROBLEMAS
A História é uma ciência que tem como elementos fundamentais: o tempo e o espaço, para de poder enquadrar os factos históricos.
Periodização: é a maneira de ordenar de forma cronológica os acontecimentos históricos, isto é, desde a antiguidade até a actualidade. (Vide Culo).
A periodização histórica desempenha uma grande importância no estudo dos períodos históricos da humanidade. Também permite compreender a sistematização do estudo do passado da humanidade.
A História Tradicional divide-se nos seguintes períodos cronológicos:
                           PERIODIZAÇÃO HISTÓRICA GERAL
                          Idade contemporânea                 Da Revolução Francesa até aos nossos dias…
                          Idade Moderna                             1789 com a Revolução Francesa
                                   Idade Média                            Terminou com a queda de Constantinopla
                          Idade antiga                             Séc. V terminou em 476 d.C
                                   Pré- História                            Aparecimento da Escrita
Um dos grandes problemas que a periodização histórica apresenta é o eurocentrismo e a regionalização na História Universal.



PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA DE ANGOLA
A periodização da História de Angola goza de um período conturbado, complexo e de difícil compreensão.
Exemplo: a data de 1482 possui um grande significado histórico para o Congo e não para o resto do território angolano. O mesmo pode se dizer da data de 1575 que tem um grande significado para Luanda igualmente sem muito interesse para o resto do território de Angola.
A História de Angola deve-se em 8 períodos como descreve Bengui Pedro; 2008, História 10ª Classe:
1-    As civilizações pré-Históricas (desde os primeiros habitantes de Angola – os Pigmeus e os Khoisan e termina com a migração Bantu.
2-    Período dos reinos do território que é hoje Angola (antes e depois da chegada dos europeus, terminando convencionalmente em 1482.
3-    O chamado período do mercantilismo colonial (tem início com a chegada de Diogo Cão na foz do rio zaire em 1482 e termina em 1885.
4-    O capitalismo comercial (vai de 1885-1910);
5-    Quinto período (1910-1926);
6-    Angola no período entre 1926-1961 (implementação da 2ª República e termina com o desenvolvimento do nacionalismo africano)   
7-    Início da luta da luta armada até à Independência Nacional (1961-1975);
8-    Periodo pós-Independencia (desde 1975 até aos dias actuais).
Obs.: Estes dois últimos períodos são mais recentes que possuem maior número de bibliografias, por isso são os períodos mais conhecidos da História Angolana. 

 

UNIDADE # II – ANGOLA – TERRITÓRIO E AS POPULAÇÕES MAIS ANTIGAS
2.1 VESTIGIOS ARQUEOLÓGICO DO PALEOLÍTICO, MESOLÍTICO E DO NEOLÍTICO
Todo esse vasto e longo processo histórico começa desde a Pré-história, literalmente quer dizer antes da História que só pode ser feita com fontes escritas, materiais e oral. Com desenvolvimento da Arqueologia e outras ciências que buscam a reconstituição do passado por meio dos fósseis e objectos encontrados em escavações, com isso começou-se a utilizar também as fontes ágrafas (não escrita).
Os arqueólogos ingleses dividem a arqueologia da africa sub-equatorial em três grandes estádios: Paleolítico, Mesolítico e Neolítico.
De uma forma resumida vamos abordar sobre cada um deles:
2.2 PALEOLÍTICO
O primeiro e mais longo periodo do desenvolvimento humano, que se estendeu até perto de 10,000 a. C, chama-se Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada.
Do grego podemos definir o Paleolítico da seguinte forma: Paleos = antigo + Litos = Pedra, por isso chama-se periodo da pedra antiga ou também pedra lascada.
Além da pedra também utilizavam a madeira, vegetais, pele de animais, ossos e o marfim, como matéria-prima para confecionar os instrumentos de trabalho. Vários foram os instrumentos feitos nesta época: seixos, lanças, bifaces, raspadores, machados, pontas de seta, arpões, anzóis e agulhas.
Neste período o Homem vivia totalmente dependente da natureza, vivia da colheita de frutos silvestres, escavavam o solo, para arrancarem raízes, apanhavam insectos e pequenos animais, em outras palavras podemos dizer que viviam da recolecção.
Neste periodo houve uma das maiores descobertas deste período: o fogo assim como o seu domínio o que vai permitir-lhe cozer os seus alimentos, iluminar as cavernas, afugentar os animais ferozes, aquecer-se do frio.      
Estes também praticavam a pesca, primeiramente eram feitas nos lagos, posteriormente nos rios e depois no mar.
Os povos deste período deslocavam-se de um lado ao outro procurando melhores condições de recolha e de pesca, recebendo assim o nome de Nómadas.
FASES DO PALEOLÍTICO
Este período é dividido em três fases: o baixo Paleolítico, paleolítico médio e Paleolítico Superior.
Os instrumentos de trabalho foram evoluindo ao longo dos tempos desenvolvendo as técnicas de trabalho.
Os homens do Paleolítico deixaram alguns vestígios em Angola, concretamente nas seguintes províncias: Kwangar e no deserto do Namibe.
2.3 MESOLÍTICO
Pode se definir o Mesolítico como sendo o período intermediário entre o Paleolítico e o Neolítico ou período de passagem. É o período mais curto, por se tratar de um periodo de passagem.  
Este é um periodo que menos produziu, por isso poucos são os acontecimentos que se registraram nesta época. Cerca de 10 milénio a. C, neste período a História registrou uma vasta e profunda modificação no clima, alteração na fauna e na flora. Algumas espécies de animais acabaram por desaparecer, tal igual as plantas, e algumas outas espécies se desenvolveram neste no ambiente.
As regiões que haviam sido ocupadas por gelos dão origem a novas zonas vegetativas.
Assim como aconteceu com os animais também encontram-se a distribuído a raça humana: os negróides na região florestal e de savana da África Ocidental.
Os Khoisan vão encontrar-se na África Austral e Oriental, onde deixaram paredes pintadas. Os instrumentos de trabalho produzidos pela indústria microlítica eram o arco e a flecha tornando-se como principal instrumento de trabalho.  
Também vamos encontrar os vestígios desse povo em alguns lugares do vasto território de África: Deserto do Namibe e Namíbia.
Neste periodo o Homem ainda vivia totalmente dependentes da natureza ou podemos dizer que ainda eram nómadas.

2.4 O NEOLÍTICO
Podemos definir este período como sendo a fase da Nova Pedra, também conhecido como “Revolução Neolítica”. Neste período vamos assistir uma evolução da humanidade, tanto na sua organização social assim como na evolução dos seus instrumentos de trabalho.
Nesta fase o Homem deixa de ser nómada e passaram a ser sedentário, deixando de depender totalmente da natureza e começando a praticar a criação de animais e a agricultura. Neste período surgem os primeiros aldeamentos e consecutivamente as novas necessidades de produção que originaram a nova organização social.
Neste periodo destaca-se a Agricultura e a Domesticação de Animais, sem nos esquecermos da fundição do ferro.
Graças a agricultura e a criação de animais levou o Homem a deixar o nomadismo e passou ao sedentarismo, tendo um lugar fixo para poder habitar e se desenvolver, o que originou os aldeamentos e a organização social.
A agricultura era realizada nos vales dos rios que recebeu o nome de crescente fértil”. Ex: regiões localizadas no rio Nilo (Egipto), e os rios Tigre e Eufrates (Mesopotâmia).
A descoberta dos metais neste periodo revolucionou os instrumentos de trabalho, a invenção da roda para as carroças vai aumentar assim a produção agrícola e a economia de produção. As aldeias tornam-se maior e com divisão de trabalho.
PROGRESSOS TECNICOS DO NEOLÍTICO
·         O machado;
·         A enxada;
·         A faca;
·         O martelo;
·         O arado;
·         A roda
·         O triturador;
·         A utilização de lã – fibra de linho.
2.2 AS COMUNIDADES HUMANAS DO TERRITORIO: KHOISAN E OUTROS
Muito antes das migrações Bantu no actual território que constitui hoje Angola, já existiam alguns povos que constituíam o fundo primitivo de Angola que eram os Pigmeus e os Khoisan. Nós faremos mais referência aos Khoisan, um grupo que hoje se encontra em extinção.
Os Khoisan – um grupo reduzido, que encontram – se espalhados na parte sul de Angola, respectivamente na província da Huíla e do Cunene. Como já fizemos referência os Khoisan é resto de uma raça de habitou o território que é hoje Angola, muito antes da chegada dos Bantu. Este grupo engloba os Hotentotes e os Kunji (Kamussekele, Mukakhala ou Bosquímanos), este último nome é um pejorativo que eles rejeitavam, pois que tinha como significado " Homem da Selva ou do Bosque". Estes possuíam uma língua totalmente deferente dos povos Bantu, mais língua pertencente aos Khoisan. Quanto aos Khoisan é curioso o caso de que durante todo esse tempo eles nunca chegaram a formar reinos nem estados.
Eram povos que viviam totalmente dependentes da natureza, alimentando – se de frutos silvestres, raízes e eram caçadores. Quanto a sua fisionomia eram de pequena estatura, pele de cor acastanhada ou amarela. Estes foram considerados como excelentes caçados, e trocavam a carne por outros produtos.
Para a caça utilizavam pequenos arcos e flechas envenenadas. Além de Angola vamos encontrar estes povos na vizinha República da Namíbia, África do Sul e Botswana.
2.3 O PROCESSO DE SEDENTARIZAÇÃO. A ECONOMIA AGRÍCOLA
Durante muito tempo o Homem passou por um longo processo em que vivia totalmente dependente da natureza, eram nómada andando de um lado para outro procurando melhores condições naturais.
Com a descoberta da agricultura o trabalho da terra, exigiu que o Homem se fixar-se num determinado lugar que possuíam condições para a pratica da agricultura e da pastorícia, em muitos dos casos estes lugares situavam – se ao longo dos rios, terminando assim com o nomadismo do Paleolítico e começando a sedentarização.
Neste período começam a surgir as comunidades agrícolas e pastores nas zonas férteis das planícies, dando origem as aldeias.
Com o crescimento da produção originou o crescimento da densidade populacional e consequentemente a multiplicação das aldeias.

2.4 AS MIGRAÇÕES[2] BANTU[3]
É muito difícil estabelecer datas exactas das migrações Bantu devido a falta de documentos por um lado, por outro lado pelo processo longo que teve as deslocações pois que nunca tinham um carácter de estadia definitiva.
Um dos factores principais que acelerou as rápidas migrações foi a descoberta e utilização dos metais durante os 500 anos da nossa era. Com a descoberta desses metais esses povos tornam-se superior em relação aos outros povos, pois que estes possuíam armas mais eficazes e instrumentos de trabalho mais avançados em relação a outros povos.
Desenvolveu-se a agricultura, a caça e o crescimento populacional. Mesmo com esse desenvolvimento a produção era pouca para toda a comunidade, razão essa que levou ao surgimento de vários conflito no ceio dos Bantu, este também foi um dos motivos para o desmembramento dos Bantu na procura de novas terras férteis pouco habitadas.
Com o domínio da agricultura e da metalurgia os deferentes povos Bantu que habitavam possivelmente na região do Níger e no Lago Tchad. Estes povos deslocaram – se em duas direcções: Leste e Sul de África, passando grandes lagos a baixo do planalto Luba e a bacia do rio Zaire.
Durante este processo migratório fixavam – se periodicamente em vários sítios onde já eram habitados por povos caçadores e recolectores, povos esses que viram-se obrigados a abandonarem as suas terras porque não se encontravam e altura para enfrentar aos Bantu e estes recuaram até a parte sul de África.
Distribuição territorial dos povos de Angola
Os Bantu, possuem uma dezena de variantes, com centenas de subgrupos, a sua distribuição abrange a totalidade do nosso território.
Basicamente os Bantu em Angola dividem-se em seguintes grupos:
1.    Os Bakongo
Ocupam a maior parte do norte de Angola, limitados pelo mar e pelo rio Kwanza especificamente Cabinda, Zaire e Uíge.
Organização Sócio-económica, política e cultural
Povos agricultores, praticam a escultura concretamente no fabrico de máscaras coloridas, dentre eles existia subgrupos que eram muito bons no fabrico da arte sacra e mestres na manufacturas mabula[4], esses povo é conotado como sendo propensos ao misticismos[5], bons para o lado comercial[6]. São povos que as terras encontram-se protegidas pelo espírito dos seus antepassados, Mfumu a Ntota[7].
2.    Os Kimbundu
Ocupam também uma grande extensão do território nacional, limitados pelo mar e pelo rio Kwanza, localizando-se na parte mais a Leste do Norte de Angola para o Sul médio do Kwanza concretamente nas províncias de Luanda, Bengo, Kwanza Norte, Malange, e partes de Kwanza Sul. 

Organização Sócio-económica, política e cultural
De uma maneira geral são bons agricultores de subsistência, são bons no domínio dos instrumentos musicais como é o caso do Xilofones[8], instrumentos construídos de cabaças. Estes também dominam o artesanato, no ramo da escultura, em algumas regiões existia povos que eram bons arquitectos de obras fúnebres, como campas feitas de pedras.
Na região costeira como é o caso da Ilha de Luanda o povo dedica-se a actividade pesqueira ligado a crenças religiosas a Kyanda.[9] Por tanto também formam bons guerreiros prova disso são os vários Estados que chegaram a constituir.
3.    Os Lunda Tchokwé
 Igualmente vão ocupar um grande e vasto território deste país, estes povos englobam as seguintes províncias Lunda Norte e Sul, Moxico e partes do Kuando-Kubango.
Organização Sócio-económica, política e cultural
  Descendentes de caçadores, são povo com uma inclinação para a escultura, bons empreendedores na construção de habitações. Estes tinham um modo de educar um pouco diferente em relação aos outros povos, os rapazes eram educados na Mukanda e as meninas eram educadas na Cikumbi. Este tipo de educação ajudava na transmissão dos valores culturais de geração a geração, caso característico em África. Povo este que conserva acultura na linhagem matrilinear. Este povo também leva jeito para o lado comercial. Actualmente estão a desenvolver a agricultura e a exploração dos recursos minerais como é o caso do Diamante. Têm como actividade principal a pesca artesanal e a caça.     
4.    Os Ovimbundu
um dos povos com a língua mais faladas em Angola, estes estendem-se pelas seguintes províncias: Huambo, Bié e parte Norte da Huíla.   
Organização Sócio-económica, política e cultural
Estes povos são bons caçadores em savanas, criador de gado, agricultores com a técnica da charrua puxada pelos bois. Com inclinação na construção de fornos para a fundição cobre, principalmente em Benguela.
Artisticamente eram bons, pois que possuíam escolas de escultura animalista e de múltiplas máscaras utilizadas na iniciação masculina – evamba ou circuncisão. Os Ovimbundu foram também bons construtores de fortes embalas ou muralhas defensivas.
5.    Os Nganguela
Estes encontram-se divididos em dois territórios: na fronteira da bacia do Zambeze até ao Kubangu, mais a maior parte encontram-se no Kuando Kubango.
Organização Sócio-económica, política e cultural
Descendentes de caçadores, hoje dedicam-se a agricultura no período chuvoso assim como a pecuária como base económica. Também praticam a extracção do mel, pesca fluvial como sustento a sua economia.
Este povo domina a metalurgia com a fundição do ferro, bons na cerâmica negra. Socialmente também possuem os seus ritos de iniciação para os homens, sem este rito o Homem não possui o estatuto de Homem.  
CONCLUSÃO
Podemos concluir que esta unidade leva-nos a entender o grande significado que tem a ciência Histórica, suas origens, objecto de estudo, as fontes históricas assim como a grande função social que a História exerce na sociedade, bem como nos dá a entender a grande importância que a periodização tem na organização dos acontecimentos de uma forma cronológica.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FREITAS, Gustavo; História, s/d.
MATERIAL de História da 11ª Classe; Ex. IMNE, 2005
PERDRO, Bengui; História 10ª Classe, 2008
Após O Estudo Destas Unidades Responda As Seguintes Questões
1.    Sobre as fontes históricas responda:
a)    O que entendes por fontes Históricas?
b)    Como é que se classificam as fontes históricas?
c)    Qual é a diferença entre as fontes históricas com a crítica histórica?
2.    Qual é a função social da História?
3.    Como se clássica a periodização de Angola?
4.    Como se classificam o vestígios arqueológicos de Angola?
5.    Defina o Paleolítico e o Neolítico.
6.    Mencione os primeiros povos que habitaram Angola.
7.    O que são migrações e quais são as suas causas
a)    Qual foi o principal motivo da rápida expansão do povo Bantu em África?
8.    Porque se diz que Angola é um mosaico territorial? Mencione os seus grupos étnicos.

[1] Vide John G. A. Pocock
[2] Deslocações feitas por um de uma região para outra, na busca de melhor condições de vida.
[3] Nome atribuído ao conjunto de povos que utilizam o pré-fixo "ntu" que em várias línguas nacionais significa Homem.
[4] Tecidos de ráfia executados no tear vertical   
[5] Associações profético-messiânicas que assumem o papel de seitas religiosas. 
[6] Zolombo e os Solongo
[7] Donos ou senhor da terra, significado na língua Kikongo.
[8] Instrument musical como é o caso Marimba
[9] Sereia